Português: Resumo da 8.ª parte - 2.ª crónica: Departamento de virtude fácil

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Resumo da 8.ª parte - 2.ª crónica: Departamento de virtude fácil


    A segunda crónica leva-nos até o verão de 1925, quando o agente especial Tom White é convocado por J. Edgar Hoover para ir ao seu encontro em Washington DC. O agente, antes de fazer parte dos quadros do Bureau of Investigation, tinha estado ao serviço dos caminhos de ferro como detetive e ranger do Texas, pelo que o seu comportamento e postura diferiam daquilo que Hoover desejava para os agentes sob o seu comando. Além disso, White desobedecia com alguma frequência a outra das regras a que os agentes do Bureau estavam sujeitos: a proibição de transportar armas de fogo consigo.

    Na época em que os acontecimentos descritos na obra tiveram lugar, a reputação do Bureau estava em cacos face às acusações de clientelismo e corrupção que recaíam sobre ele. O caos tinha-se acentuado após a designação de William Burns, em 1921, para seu diretor, cujas práticas tinham fomentado a corrupção no departamento. Um comité do Congresso norte-americano tinha exposto a podridão reinante no departamento de Justiça a partir de um inquérito ao escândalo conhecido do Teapot Dome. A história conta-se brevemente: no dia 14 de abril de 1922, o Wall Street Journal noticiara um acordo secreto sem precedentes em que o Secretário do Interior tinha arrendado, sem concurso, a reserva naval de petróleo dos EUA no Teapot Dome, no Wyoming, a uma empresa petrolífera privada. No dia seguinte à notícia, o senador democrata do Wyoming, John Kendrick, apresentou uma resolução que deu início a uma investigação do caso. Em simultâneo, o seu congénere republicano Robert La Follette providenciou no sentido de o Comité de Terras Públicas do Senado investigar igualmente o assunto. As suas suspeitas acentuaram-se a partir do momento em que alguém saqueou os seus aposentos privados no edifício do Senado. No final, a investigação revelou que o Secretário do Interior, Albert Fall, tinha enriquecido rapidamente de forma ilícita, graças às negociatas em que se tinha envolvido e que o levaram à prisão. Na sequência do escândalo, no verão de 1924, foi designado um novo Procurador-Geral, de seu nome Harlan Fiske Stone, que contratou J. Edgar Hoover para diretor interino. Hoover reformou o Bureau e, em dezembro desse mesmo ano, foi promovido a diretor. O seu mandato estender-se-ia por quase cinco décadas.

    Anteriormente, Hoover já havia confiado a White uma missão importante, uma missão secreta numa penitenciária federal em Atlanta, pelo que não hesita em o destacar para Osage. Por outro lado, convém ter presente que esta não era a primeira vez que o Bureau estava envolvida nos crimes ocorridos no condado. De facto, em 1923, William Burns tinha enviado agentes para Oklahoma, uma investigação financiada parcialmente por Osage, mas a investigação redundou num rotundo fracasso que implicou inclusive a perda de um informante, Blackie Thompson, que tinha sido libertado da prisão especificamente para os auxiliar. Deste modo, Hoover deixa claro para White que é imperativo que a sua investigação tenha sucesso, caso contrário o departamento ficará definitivamente manchado pelo insucesso das duas passagens por Osage.

Sem comentários :

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...