Português: Análise das 15.ª, 16.ª e 17.ª partes da crónica 2 de Assassinos da Lua das Flores

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Análise das 15.ª, 16.ª e 17.ª partes da crónica 2 de Assassinos da Lua das Flores

    Nestes três capítulos, assistimos à aproximação gradual de White do cabecilha da conspiração: William Hale. Além disso, parece ter detetado um padrão nos crimes de que foi vítima a família de Mollie. De facto, os assassinatos, aparentemente, parecem ter ocorrido de forma aleatória, contudo White apercebe-se de que a ordem por que eles ocorreram possibilitou a concentração de toda a riqueza na pessoa de Mollie Burkhart. Ora, sucede que esta era casada com o sobrinho de Hale, o que indicia que os crimes tinham sido perpetrados de forma a que este último acabasse por ter acesso a uma enorme fortuna. O facto de Bill ter sobrevivido à explosão não estava no programa e introduziu uma pequena areia na engrenagem, porém não impediu que o padrão se tornasse claro ao olhar do agente. Seja como for, todos estes indícios apontavam igualmente para o envolvimento do marido de Mollie na morte dos familiares da própria esposa. No entanto, uma possível acusação ou julgamento ainda estão bem longe de acontecer, pois o responsável pela investigação carece de provas que lhe permitam tal.

    O decurso da investigação e o envolvimento do seu nome na mesma não passam despercebidos a Hale, no entanto tal não o preocupa, por isso continua a passear-se despreocupadamente pela cidade. Por seu turno, White passe à fase seguinte e tenta encontrar pessoas que estejam dispostas a testemunhar a favor da sua teoria. Apesar de os conspiradores pertencerem à elite da região, na realidade a sua atividade está sempre dependente de uma rede de peixe menos graúdo para consumar os crimes: ladrões, traficantes de droga, contrabandistas, muitos dos quais já não se contam entre o número dos vivos. Curiosamente, White apercebe-se de que há mais nobreza entre os pequenos criminosos do que entre os mentores. De facto, durante a investigação do atentado à bomba a casa dos Smith, descobre que os esbirros de Hale abordaram várias pessoas para o concretizar, todavia estas recusaram-se a colocar a bomba na habitação, especialmente porque não queriam ser associados ao assassinato de uma mulher, ainda por cima quando ela se encontrava entregue aos braços de Morfeu.

    Outro braço da investigação – o da morte de Henry Roan – suporta as conclusões de White, ao mesmo tempo que desvenda outra faceta do crime em torno dos Osage: a fraude relativamente aos seguros. O autor da obra revela o modo como Hale não se poupou a esforços no sentido de se tornar o beneficiário da apólice do seguro de vida de Roan, sendo que assassinar índios parece ter-se tornado uma espécie de jogo para aquele, que chega mesmo a admitir que o seu plano é eliminar este último. Ora, um homem tão ganancioso, determinado e dotado de tamanha desfaçatez que lhe permite confessar ocasionalmente os seus crimes, certamente não se irá deter tão cedo no seu trajeto de violência e crime. Assim sendo, torna-se evidente para White que tem de o parar o mais rápido possível. Nesta fase do processo, por outro lado, o contraste entre White e o seu chefe, J. Edgar Hoover, fica nítido como nunca: este deseja o encerramento do caso para reforçar a sua reputação no seio do Bureau, enquanto aquele quer proteger os Osage e impedir que continuem a ser vítimas do terror e da morte.

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