A anagnórise (cena do reconhecimento - II, 15) efetiva-se com o reconhecimento / a identificação do Romeiro como D. João de Portugal.
domingo, 22 de janeiro de 2012
Outras marcas trágicas (Frei Luís de Sousa)
- A existência de poucas personagens em cena, todas de estrato social elevado e de caráter nobre.
- A ação sintética: a peça possui um número escasso de ações que conduzem à ação trágica.
- A condensação do tempo em que decorre a ação.
- A concentração dos espaços (em número reduzido).
- Cumprimento, incompleto, da lei das três unidades: unidade de ação, de espaço (incompleta, porque na peça existem três espaços distintos) e de tempo.
- Ambiente trágico de de solenidade clássica.
- Os momentos de retardamento.
- A existência, desde o início, de um clima de fatalidade que o ominoso da recorrência de acontecimentos à sexta-feira e do espaço do palácio de D. João adensa e asfixia. Tudo deixa antever a catástrofe; nada há de supérfluo.
sábado, 21 de janeiro de 2012
YouTube Space Lab
Bom dia,
Somos uma equipa de jovens portugueses que foi selecionada para a fase final do YouTube Space Lab, um concurso a nível mundial, apoiado por agências espaciais como a NASA e a ESA, entre outros parceiros. Este concurso tem como objectivo a projecção de um experiência a ser realizada em microgravidade – ou seja, que não pode ser realizada na Terra.O grupo vencedor terá a sua experiência realizada na Estação Espacial Internacional (ISS), direito a uma viagem a Washington e a treino de cosmonauta na Rússia ou uma oportunidade de assistir ao lançamento do foguetão com a sua experiência no Japão.Há 10 finalistas de cada região em duas categorias (a nossa: 17-18 anos). Os vencedores de cada região (no nosso caso: da Europa, África e Médio Oriente) receberão a viagem a Washington e ainda um voo a Gravidade Zero.75% da pontuação de cada finalista advém de uma votação por parte de um júri composto por personalidades de renome em diferentes áreas, entre os quais os Professores Collin Phillinger, Ehud Behar e Stephen Hawking. (lista completa no site oficial do concurso:http://www.youtube.com/user/spacelab/spacelab)Os restantes 25% da cotação final da equipa resultam do número de votos no vídeo que criámos para a competição e que está publicado no YouTube. Assim sendo, gostaríamos de saber se será possível ter o apoio do [blog] a nível de divulgação, para que possamos realizar uma experiência portuguesa no espaço.Link direto para o vídeo: http://goo.gl/1Rfr7
Evento no facebook: http://goo.gl/yIBhq
(por favor partilhem os links para que o público possa votar em nós – até dia 24!)
Desde já o nosso obrigado,
Daniel Carvalho
Guilherme Moreira Aresta
Miguel Ferreira
(Finalistas do YouTube Space Lab e alunos do 1.º ano do Mestrado Integrado em Bioengenharia na FEUP – Universidade do Porto)
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Tempos de necessidade (II): Cavaco Silva falido
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Quase todos os alunos do 4.º e 6.º fazem erros de concordância
«Apenas 8% dos alunos do 4.º e 6.º ano consegue escrever frases sem erros de concordância. Em ambos os anos de escolaridade, este foi o item das provas de aferição de Língua Portuguesa, realizadas em Maio por cerca de 216 mil estudantes, que obteve a taxa de sucesso mais baixa, revelam os relatórios com a análise pormenorizada do desempenho dos estudantes divulgados sábado pelo Ministério da Educação.»
Fonte: Público
sábado, 14 de janeiro de 2012
Tempo da representação
O tempo da representação está intimamente ligado aos três momentos-chave da intriga:
- Exposição (ato I): um dia, sexta-feira, 27 de julho de 1599 (I, 2);
- Anagnórise (reconhecimento) (ato II): um dia, sexta-feira, 4 de agosto de 1599;
- Desenlace (catástrofe) (ato III): uma noite, de sexta para sábado, 5 de agosto de 1599).
Tempo representado
O tempo representado corresponde a oito dias:
Por estas informações, contidas nas indicações cénicas, podemos concluir que entre o início e o desenlace da peça decorrem oito dias, enquanto apenas algumas horas separam os atos II e III.
- "Há oito dias que aqui estamos nesta casa..." (II, 1);
- "Mas isto ainda é cedo", "São cinco horas, pelo alvor da manhã..." (III, 1).
Tempo histórico de Frei Luís de Sousa
A ação da peça Frei Luís de Sousa (quer os acontecimentos representados, quer os seus antecedentes) situa-se no final do século XVI, princípio do século XVII, como é possível verificar pela didascália inicial do ato I: "Câmera antiga, ornada com todo o luxo e elegância portuguesa dos princípios do século dezassete." Ao longo do texto, outras referências temporais situam-na no ano de 1599 (ver demais «posts» relativos à categoria Tempo), havendo alusões a outras datas.
Em síntese, os dados mais relevantes relacionados com o tempo histórico são os seguintes:
Em síntese, os dados mais relevantes relacionados com o tempo histórico são os seguintes:
- a referência à Reforma Protestante, de meados do século XVI: "... o homem é herege, desta seita nova d'Alemanha ou d'Inglaterra" (I, 2);
- a referência à batalha de Alcácer Quibir (4 de agosto de 1578);
- a alusão a Filipe II de Espanha, I de Portugal, aclamado rei em 1580: "... os senhores governadores de Portugal por D. Filipe de Castela, que Deus guarde..." (I, 5);
- as desavenças entre portugueses e castelhanos e o domínio filipino, após a perda da independência nacional, resultado da derrota de Alcácer e da morte de D. Sebastião;
- o sebastianismo, representado por Telmo Pais e D. Maria;
- as alusões de Telmo a Camões e de Maria (no início do ato II, cita a frase que abre a novela Menina e Moça) a Bernardim Ribeiro;
- a existência de peste em Lisboa.
Didascália inicial (ato III)
. Parte baixa do palácio de Manuel de Sousa ® nível inferior => passagem para outro estádio da existência humana.
» Porta esquerda ® acesso à capela da Senhora da Piedade:
. abandono do mundo profano;
. ingresso no mundo religioso;
. morte de Maria.
» Casarão vasto, "sem ornato nenhum":
. ausência de elementos decorativos;
. corte com o mundo profano.
» "Arrumadas às paredes":
. tocheiras
. cruzes ® sofrimento, morte
. círios
. "alfaias e guisamentos de igreja" ® vida religiosa
» "A um lado":
. esquife ® morte, martírio, sacrifício
» "Do outro":
. cruz negra com o letreiro J.N.R.J. ® morte, martírio, sacrifício
® ressurreição
. toalha ® limpar os pecados
. Semana Santa ® morte ® ressurreição, nova vida
» "A um lado":
. "tocheira baixa com tocha acesa e já bastante gasta" ® símbolo de final de
vida no mundo profano
» "sobre a mesa":
. castiçal de chumbo
. hábito de religioso dominicano
. túnica
. escapulário
. rosário
. cinto
® tomada de hábito ® morte para o mundo profano e entrada no
mundo espiritual
® envergar o hábito = vida iluminada
» "No fundo, porta..." ® baixos do palácio.
» Casarão vasto, "sem ornato nenhum":
. ausência de elementos decorativos;
. corte com o mundo profano.
» "Arrumadas às paredes":
. tocheiras
. cruzes ® sofrimento, morte
. círios
. "alfaias e guisamentos de igreja" ® vida religiosa
» "A um lado":
. esquife ® morte, martírio, sacrifício
» "Do outro":
. cruz negra com o letreiro J.N.R.J. ® morte, martírio, sacrifício
® ressurreição
. toalha ® limpar os pecados
. Semana Santa ® morte ® ressurreição, nova vida
» "A um lado":
. "tocheira baixa com tocha acesa e já bastante gasta" ® símbolo de final de
vida no mundo profano
» "sobre a mesa":
. castiçal de chumbo
. hábito de religioso dominicano
. túnica
. escapulário
. rosário
. cinto
® tomada de hábito ® morte para o mundo profano e entrada no
mundo espiritual
® envergar o hábito = vida iluminada
» "No fundo, porta..." ® baixos do palácio.
NOTAS:
1.ª) A luminosidade do ambiente é
escassa. Mergulhado na penumbra, o cenário, apenas iluminado por «tocheiras»,
«tocha acesa e já gasta», «vela acesa», propicia uma introspeção profunda onde
tudo indicia a “entrada” para a vida religiosa, para a Ordem dos Dominicanos,
ideia acentuada pela presença das «alfaias e guisamentos de igreja» e pelo
hábito.
2.ª) A cruz negra com o letreiro,
aliadas aos restantes elementos ligados à vida religiosa, simboliza que alguém
passará por sofrimento, sacrifício, martírio e morte para a vida mundana.
3.ª) O jogo penumbra / luz e o ambiente
secreto, intimista, de intenso recolhimento, possibilitam o encontro do «eu» com
os mais recônditos lugares do seu espaço interior.
4.ª) A obra não obedece à unidade de
espaço, pois decorre em lugares diferentes, embora todos os acontecimentos
decorram em Almada.
5.ª) O espaço ganha uma dimensão trágica, pois fecha-se
gradualmente, não possibilitando a saída das personagens para a dimensão física
da vida.
A progressiva
escassez de elementos decorativos e de luminosidade adensam a atmosfera trágica
que culminará na catástrofe.
Didascália inicial (ato II)
NOTAS:
1.ª) Salão despido, pouco confortável,
sem qualquer marca de humanização.
2.ª) Espaço mais sombrio, frio,
austero, escassamente iluminado e fechado, o que está em sintonia com o estado
de espírito das personagens, cada vez mais angustiadas e cercadas pelo Destino.
3.ª) Espaço opressivo, de confidências
e também de recordação e reencontro com o passado, contribuindo para o avolumar
do «pathos».
4.ª) Um trio de retratos ocupa um
espaço privilegiado, numa cumplicidade onde se misturam o idealismo, o
patriotismo, a desgraça e a fatalidade. Camões, grandioso épico que dedica a D.
Sebastião Os Lusíadas, pedindo-lhe
que dê matéria a outra epopeia, incentivando o jovem monarca a cometer grandes
feitos no Norte de África para concretizar ideais elevados (difusão do
Cristianismo e engrandecimento da Pátria); D. Sebastião não concretizará o seu
ideal, morrendo na batalha de Alcácer Quibir. D. João de Portugal, um dos
nobres que integrou o trágico exército, nobre honrado, patriota, fiel e
corajoso, também desapareceu naquele fatídico areal africano.
5.ª) O ambiente fechado parece
escassamente iluminado, evidenciando-se os reposteiros pesados de tecidos
espessos de amplas dimensões, por um lado, indiciando que ocultam algo, por outro
lado, remetendo para a ideia de que, uma vez descerrados, se passará para um
outro espaço, que estará ligado a uma qualquer desgraça ou fatalidade.
6.ª) A mudança de lugar, decorrente do
ato de Manuel deitar fogo ao seu palácio (traço histórico), é feita para um
mundo absolutamente fechado em si próprio (cenários dos 2.º e 3.º actos). O
palácio agora ocupado pertence ao marido que regressa, insufla vida ao passado.
As recordações transformam-se logo em pressentimentos. O
espaço anuncia a desgraça que se aproxima, tem uma ação fatal, opressiva,
ominosa.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
J. 2. Pontuação e sinais auxiliares da escrita
1. Sinais de pontuação
. Ponto final
. Vírgula
. Ponto e vírgula
. Dois pontos
. Travessão
. Reticências
. Ponto de interrogação
. Ponto de exclamação
2. Sinais auxiliares de escrita
. Aspas
. Parênteses curvos
. Parênteses retos ou colchetes
. Asterisco
. Chaveta
. Barra oblíqua
Orações subordinadas adverbiais finais
- Estas orações exprimem o propósito, a intenção, a finalidade da realização da situação exposta na oração subordinante.
- Ele canta duas horas diárias para que possa participar no "Ídolos".
- Podem ser finitas (exemplo acima) ou não finitas.
- A oração subordinada adverbial final não finita pode ser apenas infinitiva:
- Foram ao cinema para ver um filme novo.
Orações subordinadas adverbiais comparativas
- São introduzidas por uma conjunção ou locução conjuncional comparativa.
- Contêm o segundo elemento de uma comparação cujo primeiro termo está presente na oração subordinante:
- A Naomi Watts canta tão bem como representa.
- São frequentemente construídas com elipses:
- A Naomi Watts é tão bela como a Kim Basinger [é bela].
- O Eusébio fala tão bem português como [fala] inglês.
- Podem ser finitas (os exemplos anteriores) como não finitas.
- As orações subordinadas comparativas não finitas podem ser:
. Infinitivas:
- Os jovens gostam mais de estar com os amigos do que de estudar.
. Gerundivas:
- O Rui agitava os braços, como pedindo socorro.
- Apresentam pouca mobilidade na frase:
- O João é mais alto do que a namorada.
- * Do que a namorada, o João é mais alto.
- Estão dependentes, frequentemente, de um elemento quantificador presente na oração subordinante:
- O João é mais alto do que o Pedro.
- Uma mulher como nunca vira enlouqueceu o Ernesto.
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