Português

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Incêndio

                                                            Tu acendes a chama
                                                            do meu corpo
                                                            pões a lenha ao fundo
                                                            em sítio seco

                                                            Procuras no desejo
                                                            o ponto certo
                                                            e convocas aí
                                                            o lume aberto

                                                            Se a madeira demora
                                                            a ganhar fogo
                                                            tomas-me as pernas
                                                            e deitas lento o vinho

                                                            Riscas os fósforos todos
                                                            e depois,
                                                            é mais um incêndio
                                                            que adivinho

                                                                          Maria Teresa Horta

Nicole Kidman

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Irresistível!

Título

· Título inicial: Portugal

          » alterado, a conselho do seu amigo Cunha Dias;

          » razão: o nome da pátria estava muito associado a textos publicitários, que promoviam,
                        por exemplo, marcas de sapatos e nomes de hotéis;

          » exemplo de slogan da época: "Portugalize os seus pés".


· Mensagem:

          » o título é constituído por 8 letras:
                    . 8 é o número do equilíbrio cósmico que simboliza a palavra criadora;
                    . 8 é o símbolo da ressurreição, da mudança e do anúncio de um novo tempo.


 · Mensagem:

          » mensagem = comunicação, missiva;

          » o vocábulo pressupõe a existência de um emissor e de um receptor, desde logo
             sugeridos na epígrafe da obra - "Benedictus Dominus Deus Noster qui dedit nobis
             Signum" ("Bendito Deus Nosso Senhor que nos deu o Sinal");

          » emissor da mensagem: Deus;

          » receptor: o Poeta, que, pelo seu génio, foi eleito por Deus, para dar conhecimento da
             mensagem à tribo de que será guia e profeta, transformando-se também em emissor.


· Mensagem:

          » afirmação de Anquises, personagem da Eneida, quando explica a Eneias, descido aos
             Infernos, o sistema do Universo – Mens agitat molem = a mente move a matéria;

          » Mensagem será, assim, um anagrama da afirmação: mens + ag(itat mol) + em;

          » o objectivo da obra seria mover as «moles» (a matéria) humanas através da poesia;

          » simbologia da descida aos Infernos:
                    . poder associado às ideias de decadência e subsequente renascimento, sendo
                      esse o processo cíclico apontado como condição necessária ao ressurgimento
                      da pátria num estado ideal;
                    . aceitando a morte do passado, o poder fecundador do mito trará um futuro
                      perfeito.


 · Mensagem:

          » poderá ainda estar ligado à expressão «ens gemma», isto é, ente em gema, ovo;

          » tal significaria Portugal em essência, em gema;

          » associação do título à ideia de encantamento, de magia: para os alquimistas, o ovo
             filosófico é o embrião da vida espiritual, do qual eclodirá a sabedoria;

          » no ovo, concentram-se todas as possibilidades de criar, recriar, renovar e ressurgir.
             Ele é a prova e o receptáculo de todas as transmutações e metamorfoses.


· Mensagem:

          » a palavra mensagem pode ser «recortada», permitindo construir as expressões mea
             gens ou gens mea, isto é, «minha gente» ou «gente minha», remetendo para a raça de
             heróis nomeados ao longo da obra;

          » outra hipótese remete para mensa gemmarum, isto é, o altar ou mesa onde repousam
             as gemas portuguesas – Portugal é onde se procede ao sacrifício necessário à realização
             do sagrado;

          » Portugal seria, assim, o altar onde os sacrifícios em nome do divino foram realizados.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Plano (Álvaro de Campos e Pablo Picasso)

Título: A construção da arte pela destruição da estética



Introdução:


- Enquadramento de Pablo Picasso (quem foi);

- Enquadramento de Álvaro de Campos.


Desenvolvimento:


- Conceito clássico de arte;

- Conceito de obra artística para Pablo Picasso com base na imagem;

- Conceito de obra artística de Álvaro de Campos de acordo com as suas palavras;

- Definição de arte no modernismo, com base nos exemplos propostos.


Conclusão:

- Principais ideias veiculadas: será a arte definitiva ou definidora?;

- Pontos de aproximação e/ou rotura entre as duas obras e entre os conceitos pré-aceites pela sociedade.

 
C. M.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bono

Texto expositivo-argumentativo (I) - Plano do PC

• Alberto Caeiro, “ O Mestre”, assume-se como o poeta das sensações.

• Ele próprio diz “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...”

• No seu poema “Guardador de Rebanhos”, Alberto Caeiro apresenta-se como um simples “pastor dos seus pensamentos que são todos sensações”.

• Para Caeiro, “pensar” é estar doente dos olhos.

• Ver é conhecer e compreender o mundo, por isso, pensa vendo e ouvindo.

• É um sensacionista a quem só interessa o que capta pelas sensações.

• Os seus poemas são pois, por isso, a descrição da realidade tal como a entende através dos sentidos, em especial a visão e a audição.

• Para Caeiro o que importa é ver de forma objectiva e natural a realidade, com a qual contacta a todo o momento. “Para além da realidade imediata não há nada”

• As sensações são pois o suporte desta poesia livre, inovadora, próxima da prosa e do falar quotidiano e fazem de Caeiro um verdadeiro “Mestre” e o “Poeta da Natureza”.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Epigramas de Marcial

          Caríssimos alunos, depois de iniciar a correcção dos vossos testes, fui obrigado a arejar. Recuperei, então, leituras de faculdade e decidi Marcial consultar para o cérebro, contundido, aliviar:


                    Homem belo e de valor
                    Queres, Cota, parecer.
                    Mas um homem, sendo belo,
                    De valor não pode ser.

                              ***

                    Se bem me lembro, Élia, tu tinhas quatro dentes;
                    Uma tosse cuspiu dois e outra tosse, mais dois.
                    Já tu podes sem susto os dias inteiros tossir,
                    Que uma terceira tosse o que tirar mais não tem...

                    Segura, noites e dias,
                    Podes tossir a fartar;
                    Podes, que tosse terceira
                    Já não tem que te levar.
                   

Correcção do teste (3.º)

GRUPO I

TEXTO A

1. Na primeira estrofe, surge o conselho dado a um «Tu» de seguir o seu destino e de se preocupar com o momento presente e com aquilo que lhe diz directamente respeito ("as tuas plantas", "as tuas rosas"), pondo de parte o que lhe é alheio.

2. A realidade nem sempre corresponde àquilo que desejamos: é sempre mais ou menos do que aquilo que queríamos alcançar, visto que ela está dependendente dos ditames do destino ("A realidade / Sempre é mais ou menos / Do que nós queremos" - vv. 6 a 8). Os seres humanos, iguais a si próprios, serão sempre aquilo que querem ser, se souberem  alcançar apenas o que lhes foi predestinado ("Só nós somos sempre / Iguais a nós-próprios." - vv. 9-10; quarta estrofe).

3. Todo o poema exprime uma atitude de apatia como ideal ético, mas os versos "Vê de longe a vida / Nunca a interrogues." ou "Grande e nobre é sempre / Viver simplesmente." demonstram a aceitação calma de tudo o que o destino nos reserva, sem questionar e sem nos apegarmos à vida.

4. A ataraxia é necessária para vivermos com satisfação, porque a calma, a tranquilidade e a felicidade são essenciais para a nossa vida. No entanto, são também inatingíveis, porque a realidade "´Sempre é mais ou menos / Do que nós queremos" (vv. 7-8), dado que a concretização nem sempre corresponde às intenções ou às expectativas. O destino, de facto, comanda a vida e as explicações para os acontecimentos estão mesmo "para além dos deuses" (v. 20).



TEXTO B

1. C

2. B

3. B

4. B



GRUPO II

1. Complemento directo

2.
   a) Oração subordinada adjectiva relativa (com antecedente) restritiva.

   b) Oração subordinada adverbial temporal.

3.
   V
   F
   V
   V
   V
   V

4.1. Ordem correcta: d - a - b - c

4.2. b

4.3. d

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Acordo Ortográfico IV - Sequências consonânticas

 4. Sequências consonânticas

          4.1. Consoantes mudas

     As consoantes mudas (isto é, que não se pronunciam, não se articulam) são suprimidas em determinadas sequências consonânticas. Mantêm-se, porém, as consoantes que se pronunciam, ou seja, as que se pronunciam, que se articulam.


Farol


          É sempre agradável estar no topo da lista de um qualquer estudo, mas este em concreto deixa também um amargo de boca: estamos todos desconfiados de todos e com razão.
          Por outro lado, sabendo como o sector da Educação está em Portugal, é caso para dizer que, se é aquele em quem mais os «tugas» confiam, estamos mesmo à beira do fim. As restantes áreas devem estar no fundo do precipício...

PS - Amanhã, há teste.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A frase complexa: Coordenação e subordinação



          As orações assinaladas no quadro com 1 são orações não finitas (aquelas em que o verbo se encontra no infinitivo, no gerúndio ou no particípio passado.

          As restantes orações são orações finitas.

(c) Manual Plural 10
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