sábado, 24 de março de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
"José"
- E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
- Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
- E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?
- Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
- Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
- Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
segunda-feira, 19 de março de 2012
Dia do Pai: «Não tenho tempo»
Texto: Neimar de Barros
Voz: Marcos Durães
"Poema à Mãe"
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, in Os Amantes Sem Dinheiro"
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade, in Os Amantes Sem Dinheiro"
domingo, 18 de março de 2012
Sujeito
1. Definição
De acordo com a gramática tradicional, o sujeito era aquele que praticava (O João comeu a maçã. - voz ativa) ou sofria a ação (O rato foi comido pelo gato.).
O sujeito é a função sintáctica desempenhada pelo constituinte da frase que controla a concordância verbal (em número e pessoa). Constitui, juntamente com o predicado, uma função central a nível da frase:
De acordo com a gramática tradicional, o sujeito era aquele que praticava (O João comeu a maçã. - voz ativa) ou sofria a ação (O rato foi comido pelo gato.).
O sujeito é a função sintáctica desempenhada pelo constituinte da frase que controla a concordância verbal (em número e pessoa). Constitui, juntamente com o predicado, uma função central a nível da frase:
. Os meus irmãos são pouco inteligentes.
. O Antunes fugiu de casa.
. Figueira é uma pequena vila.
. Esse livro que tu compraste é muito interessante.
. Chegaram as prendas do Eusébio.
. Quem vai ao ar perde o lugar.
. Espanta-me que os alunos estudem tão pouco.
. É verdade que o Benfica jogou mal.
. Ela ter namorado deixa-me abismado.
. Ela é linda!
. Isso é mentira!
2. Posição
Geralmente, o sujeito surge à esquerda do verbo:
. O Benfica derrotou o Beira-Mar.
No entanto, pode surgir também após o verbo:
. Desapareceu o Jaime Graça..
. Espanta-me que o Benfica tenha perdido oito pontos seguidos.
. Surgiu um contratempo
3. Representação
.
O sujeito pode ser representado por um grupo nominal ou por uma frase.
» Grupo nominal:
. um determinante e / ou quantificador e um ou mais nomes:
. O Vítor não cantou.
. Os meus filhos são os meus tesouros.
. Todos aqueles filmes me agradam.
. Aquele golo foi irregular.
. O Tancredo e a Maria fugiram para Paris.
. um nome:
. Lisboa é uma cidade antiquíssima.
. Cantar faz bem à alma. (Neste caso, estamos perante uma
forma verbal substantivada - cantar -, verificando-se um fenó-
meno de derivação imprópria ou conversão).
. um pronome:
. Elas são lindas!
. Eu vi-te na feira.
. Isso é um disparate.
. um nome com modificador:
. Uma bela mulher foi entronizada. (adjetivo + nome)
. Os alunos que conheço são preguiçosos. (oração adjetiva
relativa junto do nome)
. O golo madrugador foi insuficiente. (nome + adjetivo)
. A Dânia Neto, uma bela mulher, pousou para a Playboy.
(nome + modificador do nome apositivo)
. um nome com complemento:
. O treinador do Benfica farta-se de inventar.
» Oração:
. uma oração subordinada substantiva completiva:
. É preciso que o governo governe bem.
. É proibido dar calduços.
. É evidente que assim não seremos campeões.
. uma oração subordinada substantiva relativa:
. Quem leu Os Maias receberá dois chocolates.
. Quem cala consente.
Quando o sujeito é constituído por um grupo nominal ou uma oração subordinada substantiva relativa, pode ser substituído por um pronome pessoal, na forma nominativa, com o qual o verbo concorda:
. A televisão avariou. ® . Ela avariou.
. Eu e tu assassinámos o poema. ® . Nós assassinámos o poema.
Quando o sujeito é constituído por uma oração, pode ser, muitas vezes, substituído por um pronome demonstrativo:
. É pena que tenhamos perdido. ® . É pena isso.
. Foi lamentável que o árbitro não tivesse visto aquele fora-de-
-jogo. ® Foi lamentável aquilo.
4. Teste
Para identificar o sujeito de uma frase, podemos formular uma pergunta ao verbo com os interrogativos Quem ou O que, colocados antes do verbo:
. O Cardozo marcou dois golos. ® Quem marcou (dois golos)?
® Resposta: O Cardozo (= sujeito).
. A televisão avariou. ® O que avariou? ® Resposta: A televisão (=
sujeito).
5. Classificação: Tipos de sujeito
1. Sujeito simples: o sujeito é constituído por um grupo nominal (cujo núcleo é um nome ou um pronome):
. Ele é inteligente.
. Esta mulher não é bonita.
ou por uma oração:
. Quem muito fala pouco acerta.
. Quem tudo quer tudo perde.
. É provável que o Benfica não seja campeão este ano.
2. Sujeito composto: o sujeito é constituído por mais do que um grupo nominal:
. O Pedro e a Regina casaram-se.
. Eu e tu falamos alto.
. Eu e a Joaquina casámos.
ou por mais do que uma oração:
. Quem arrisca e quem sabe o que quer só não consegue se não quer.
. Quem espera e quem tem paciência alcança os seus objetivos.
ou pela combinação de um grupo nominal e de uma oração:
. A Dora e quem tu sabes namoram desde ontem.
. O Antunes e quem o ama foram de férias para a Guatemala.
3. Sujeito nulo
O sujeito é um elemento frásico sintaticamente obrigatório, mas nem sempre está expresso na frase. Quando tal sucede diz-se que o sujeito é nulo.
Existem três tipos de sujeito nulo:
3.1. Sujeito nulo subentendido: o sujeito não está expresso na frase (isto é, não tem realização lexical), mas pode ser recuperado pelo contexto e pela flexão verbal (pessoa e número):
. Vamos fazer o copianço para o teste de Português. ® sujeito: nós.
. Estou ansioso pelo Benfica - Braga. ® sujeito: eu.
3.2. Sujeito nulo indeterminado: o sujeito não tem realização lexical e ocorre quando o verbo se encontra na 3.ª pessoa do plural ou do singular, acompanhado, neste caso, do pronome pessoal se com valor impessoal. Por outro lado, o sujeito nulo indeterminado pode ser parafraseado por «alguém», «há quem», «há pessoas que».
. Dizem que o professor de Português vai faltar na quarta-feira.
. Estuda-se pouco em Portugal.
. Falou-se muito no acidente de ontem no Chile.
. Diz-se que há corrupção no futebol.
. Bebe-se demasiado álcool em Portugal.
Quem disse? Quem falou? Quem diz? Quem bebe?
Nenhuma das frases permite responder a cada uma das perguntas, daí concluirmos que o sujeito das quatro formas verbais é indeterminado.
3.3. Sujeito nulo expletivo: o sujeito não tem interpretação e ocorre com verbos impessoais:
. formas verbais referentes e a fenómenos da natureza:
. Anoiteceu.
. Choveu.
. Nevou na Serra da Estrela.
. o verbo «haver» com sentido de existir:
. Há alunos que não respeitam os professores.
. o verbo «haver» no início de determinados textos narrativos:
. Há muitos anos, eu tinha cabelo.
. o verbo «ser»:
. São dezanove horas e dezanove minutos.
No entanto, determinadas regiões e determinados grupos sociais realizam o sujeito nulo expletivo recorrendo à forma pronominal pessoal ele, resultando daí uma ênfase da ação ou evento:
. Ele muito trovejou hoje!
. Ele há cada coisa!
. Quem vai ao ar perde o lugar.
. Espanta-me que os alunos estudem tão pouco.
. É verdade que o Benfica jogou mal.
. Ela ter namorado deixa-me abismado.
. Ela é linda!
. Isso é mentira!
* * * * * * * * * *
2. Posição
Geralmente, o sujeito surge à esquerda do verbo:
. O Benfica derrotou o Beira-Mar.
No entanto, pode surgir também após o verbo:
. Desapareceu o Jaime Graça..
. Espanta-me que o Benfica tenha perdido oito pontos seguidos.
. Surgiu um contratempo
* * * * * * * * * *
3. Representação
.
O sujeito pode ser representado por um grupo nominal ou por uma frase.
» Grupo nominal:
. um determinante e / ou quantificador e um ou mais nomes:
. O Vítor não cantou.
. Os meus filhos são os meus tesouros.
. Todos aqueles filmes me agradam.
. Aquele golo foi irregular.
. O Tancredo e a Maria fugiram para Paris.
. um nome:
. Lisboa é uma cidade antiquíssima.
. Cantar faz bem à alma. (Neste caso, estamos perante uma
forma verbal substantivada - cantar -, verificando-se um fenó-
meno de derivação imprópria ou conversão).
. um pronome:
. Elas são lindas!
. Eu vi-te na feira.
. Isso é um disparate.
. um nome com modificador:
. Uma bela mulher foi entronizada. (adjetivo + nome)
. Os alunos que conheço são preguiçosos. (oração adjetiva
relativa junto do nome)
. O golo madrugador foi insuficiente. (nome + adjetivo)
. A Dânia Neto, uma bela mulher, pousou para a Playboy.
(nome + modificador do nome apositivo)
. um nome com complemento:
. O treinador do Benfica farta-se de inventar.
» Oração:
. uma oração subordinada substantiva completiva:
. É preciso que o governo governe bem.
. É proibido dar calduços.
. É evidente que assim não seremos campeões.
. uma oração subordinada substantiva relativa:
. Quem leu Os Maias receberá dois chocolates.
. Quem cala consente.
Quando o sujeito é constituído por um grupo nominal ou uma oração subordinada substantiva relativa, pode ser substituído por um pronome pessoal, na forma nominativa, com o qual o verbo concorda:
. A televisão avariou. ® . Ela avariou.
. Eu e tu assassinámos o poema. ® . Nós assassinámos o poema.
Quando o sujeito é constituído por uma oração, pode ser, muitas vezes, substituído por um pronome demonstrativo:
. É pena que tenhamos perdido. ® . É pena isso.
. Foi lamentável que o árbitro não tivesse visto aquele fora-de-
-jogo. ® Foi lamentável aquilo.
.
* * * * * * * * * *
.* * * * * * * * * *
4. Teste
Para identificar o sujeito de uma frase, podemos formular uma pergunta ao verbo com os interrogativos Quem ou O que, colocados antes do verbo:
. O Cardozo marcou dois golos. ® Quem marcou (dois golos)?
® Resposta: O Cardozo (= sujeito).
. A televisão avariou. ® O que avariou? ® Resposta: A televisão (=
sujeito).
.
* * * * * * * * * *
.* * * * * * * * * *
5. Classificação: Tipos de sujeito
1. Sujeito simples: o sujeito é constituído por um grupo nominal (cujo núcleo é um nome ou um pronome):
. Ele é inteligente.
. Esta mulher não é bonita.
ou por uma oração:
. Quem muito fala pouco acerta.
. Quem tudo quer tudo perde.
. É provável que o Benfica não seja campeão este ano.
2. Sujeito composto: o sujeito é constituído por mais do que um grupo nominal:
. O Pedro e a Regina casaram-se.
. Eu e tu falamos alto.
. Eu e a Joaquina casámos.
ou por mais do que uma oração:
. Quem arrisca e quem sabe o que quer só não consegue se não quer.
. Quem espera e quem tem paciência alcança os seus objetivos.
ou pela combinação de um grupo nominal e de uma oração:
. A Dora e quem tu sabes namoram desde ontem.
. O Antunes e quem o ama foram de férias para a Guatemala.
3. Sujeito nulo
O sujeito é um elemento frásico sintaticamente obrigatório, mas nem sempre está expresso na frase. Quando tal sucede diz-se que o sujeito é nulo.
Existem três tipos de sujeito nulo:
3.1. Sujeito nulo subentendido: o sujeito não está expresso na frase (isto é, não tem realização lexical), mas pode ser recuperado pelo contexto e pela flexão verbal (pessoa e número):
. Vamos fazer o copianço para o teste de Português. ® sujeito: nós.
. Estou ansioso pelo Benfica - Braga. ® sujeito: eu.
3.2. Sujeito nulo indeterminado: o sujeito não tem realização lexical e ocorre quando o verbo se encontra na 3.ª pessoa do plural ou do singular, acompanhado, neste caso, do pronome pessoal se com valor impessoal. Por outro lado, o sujeito nulo indeterminado pode ser parafraseado por «alguém», «há quem», «há pessoas que».
. Dizem que o professor de Português vai faltar na quarta-feira.
. Estuda-se pouco em Portugal.
. Falou-se muito no acidente de ontem no Chile.
. Diz-se que há corrupção no futebol.
. Bebe-se demasiado álcool em Portugal.
Quem disse? Quem falou? Quem diz? Quem bebe?
Nenhuma das frases permite responder a cada uma das perguntas, daí concluirmos que o sujeito das quatro formas verbais é indeterminado.
3.3. Sujeito nulo expletivo: o sujeito não tem interpretação e ocorre com verbos impessoais:
. formas verbais referentes e a fenómenos da natureza:
. Anoiteceu.
. Choveu.
. Nevou na Serra da Estrela.
. o verbo «haver» com sentido de existir:
. Há alunos que não respeitam os professores.
. o verbo «haver» no início de determinados textos narrativos:
. Há muitos anos, eu tinha cabelo.
. o verbo «ser»:
. São dezanove horas e dezanove minutos.
No entanto, determinadas regiões e determinados grupos sociais realizam o sujeito nulo expletivo recorrendo à forma pronominal pessoal ele, resultando daí uma ênfase da ação ou evento:
. Ele muito trovejou hoje!
. Ele há cada coisa!
sábado, 17 de março de 2012
E. 3.1. Funções sintáticas ao nível da frase
- Sujeito;
- Predicado;
- Modificador da frase.
sexta-feira, 16 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
Corodoma - Pedido de ajuda
VAMOS AJUDAR O MÁRIO
O Mário Pires de 51 anos era um professor de Educação Física no Agrupamento de escolas de Macedo de Cavaleiros, quando há dois anos lhe foi diagnosticada uma doença rara, Cordoma que no caso dele é um tumor benigno no tronco cerebral que no caso dele é invasivo. Durante este tempo procurou ajuda médica mas, muitas portas se fecharam. Há cerca de um ano, uma equipa médica da região do Porto aceitou tratá-lo, mas não conseguiu ajudá-lo. Há duas semanas informou a família que nada mais havia a fazer pelo Mário e de que o tumor era inoperável. O Mário estava há cerca de três meses na Unidade de Cuidados Continuados de Murça. O seu estado é crítico, mede 1,80m e pesa 50 Kg. Além da perda de peso, fez uma traqueotomia para respirar, a sua voz é pouco audível, alimenta-se com uma sonda gástrica e toma medicação pois sofre de muitas dores de cabeça devido ao crescimento do tumor. Há cerca de 59.000 casos a nível mundial, mas em Portugal não há qualquer estatística relativa a esta doença, por isso desconhecemos se existem ou não. . A sua família e amigos não se conformam com este prognóstico e procuraram ajuda pelo mundo inteiro. O Prof. Dr. Helmut Bertalanffy é a luz ao fundo do túnel e o Mário vai ser operado e tratado no Instituto de Neurociências de Hannover. O Mário vai ser operado em Hannover em príncipio na terça- feira. Os custos totais do tratamento são elevados (50.000€), mas se todos ajudarmos tornar-se-á muito mais fácil.
Professor de Educação Física na empresa Agrupamento Vertical de Escolas de Macedo de Cavaleiros
Se quiseres ajudar o Mário:
CONTA: MÁRIO JOSÉ GONÇALVES PIRES
Transferências Nacionais:
NIB: 003501740006147500071 Caixa Geral de Depósitos
Transferências Internacionais
IBAN: PT50003501740006147500071 BIC:CGDIPTPL
"Estão podres as palavras"
Estão podres as palavras – de passarem
por sórdidas mentiras de canalhas
que as usam ao revés como o carácter deles.
E podres de sonâmbulos os povos
ante a maldade à solta de que vivem
a paz quotidiana da injustiça.
Usá-las puras – como serão puras,
se caem no silêncio em que os mais puros
não sabem já onde a limpeza acaba
e a corrupção começa? Como serão puras
se logo a infâmia as cobre de seu cuspo?
Estão podres: e com elas apodrece a mundo
e se dissolve em lama a criação do homem
que só persiste em todos livremente
onde as palavras fiquem como torres
erguidas sexo de homens entre o céu e a terra.
Jorge de Sena
por sórdidas mentiras de canalhas
que as usam ao revés como o carácter deles.
E podres de sonâmbulos os povos
ante a maldade à solta de que vivem
a paz quotidiana da injustiça.
Usá-las puras – como serão puras,
se caem no silêncio em que os mais puros
não sabem já onde a limpeza acaba
e a corrupção começa? Como serão puras
se logo a infâmia as cobre de seu cuspo?
Estão podres: e com elas apodrece a mundo
e se dissolve em lama a criação do homem
que só persiste em todos livremente
onde as palavras fiquem como torres
erguidas sexo de homens entre o céu e a terra.
Jorge de Sena
sexta-feira, 9 de março de 2012
Exame intermédio de 9.º ano 2012 - Correção
Grupo I
Versão 1 Versão 2
1. F - A - C - G - D- B - E C - E - G - D - A - F - B
2.1. D C
2.2. C D
2.3. B
3. B
4. Os elementos textuais que evidenciam a relação existente entre o remetente e o destinatário são
- os vocativos «Querida» e «meu amor», presentes na fórmula de abertura e de
fecho;
- a referência aos filhos de Estêvão.
Estes elementos deixam antever a existência de uma relação de familiaridade entre o remetente e o destinatário.
5. Animais aquáticos referidos por Estêvão e respetiva missão:
- os chernes são escavadores, logo atuam em profundidade nas salésias;
- os salmões são exploradores e fornecem informações;
- os tubarões-martelo fazem parte das Brigadas de Choque;
- a baleia branca orienta as equipas de ataque com icebergues;
- parte dos golfinhos colaboram / são colaboracionistas.
6. As palavras de despedida proferidas por Estêvão evidenciam, por um lado, a saudade que o marca nesse momento, motivada pela separação, e, por outro, o orgulho que sente por ter participado na construção de um mundo diferente, melhor.
7. De facto, o plano em que Estêvão está envolvido reveste-se de alguns perigos, como se pode verificar pelos seguintes dados (argumentos):
- a carta deve estar sujeita a um «segredo rigoroso";
- a existência de colaboracionistas sugere também a existência de perigos.
8.
- Comentário mais adequado: o de Sara.
- Expressão: "aparição de um mundo melhor em que as águas serão realmente limpas
e seguras".
- Razão: depois do início do "Grande Salto para o Fundo", os continentes desaparecem,
juntamente com os seus habitantes, responsáveis pela poluição das águas.
- Relação: a expressão "Águas transparentes para ti, meu amor" relaciona-se com o
comentário de Sara, visto que revela o desejo de que as águas sejam límpidas e des-
poluídas.
- Características psicológicas de Estêvão: coragem e espírito de sacrifício.
- A opção de Estêvão é um exemplo a seguir, dado que é fundamental que todos se
empenhem e comprometam com a resolução dos problemas que afetam o mundo.
- A opção de Estêvão não é um exemplo a seguir, porque o seu envolvimento na
resolução dos problemas que perturbam o mundo provoca o seu afastamento da
família, daqueles que lhe são mais queridos.
- Comentário mais adequado: o de André.
- Expressão: "um futuro em que os novos de todos os mares possam vir a ter uma
vida livre e digna".
- Razão: com o início do "Grande Salto para o Fundo", os continentes começam a
desaparecer, bem como os seus habitantes, que ameaçam a liberdade e a digni-
dade dos animais aquáticos.
- Relação: a expressão "Águas transparentes para ti, meu amor" relaciona-se com o
comentário de André, visto que revele o desejo de um mundo melhor do que o
atual.
- Características psicológicas de Estêvão: idem.
- A opção de Estêvão: idem.
Grupo II
Versão 1 Versão 2
1. C B
2.
a) Os arqueólogos propuseram às autoridades a exploração subaquática dos
navios naufragados.
b) Antes da época dos Descobrimentos, já tinha / havia havido muitos nau-
frágios nesta baía.
c) Sempre que eu e a Sara fizermos um passeio por Troia, vamos pensar na
história da «nau da prata».
d) Se os piratas tivessem / houvessem querido, teriam afundado o navio inglês.
3.1. Complemento direto
3.2. Oração subordinada substantiva completiva
4. Discurso indireto: "O André disse à Sara que, como a vida dos marinheiros, o
apaixonava, no dia anterior tinha ido / fora visitar um navio-escola."
quinta-feira, 8 de março de 2012
Maria Monforte
Sinteticamente, a descrição que o narrador nos fornece desta personagem é a seguinte:
- filha de Manuel Monforte, natural dos Açores;
- loura;
- "testa curta e clássica";
- olhos maravilhosos;
- "perfil grave de estátua";
- vista por Pedro "como alguma coisa de imoral e superior à Terra";
- "um ideal da Renascença";
- vive rodeada de luxo;
- lê novelas (românticas);
- é conhecida em Lisboa pela alcunha pejorativa de «a negreira», alcunha ligada a seu pai e à forma como fizera fortuna, enquanto comandante de um navio de transporte de escravps;
- a sua extrema beleza deslumbra Lisboa;
- misteriosa;
- apresenta traços de transgressão: "toilettes excessivas e teatrais".
Após a lua-de-mel, em Itália e Paris, de regresso a Arroios, Maria exige que Pedro escreva a Afonso. Quando este a rejeitou, ela apressou ao casamento e a partida para Itália como forma de vingança e de lhe demonstrar que valia mais o seu poder de sedução do que as tradições familiares e o grau de parentesco. No entanto, com o regresso a Lisboa deseja a reconciliação para se poder mostrar à sociedade da capital «pelo braço desse sogro tão nobre e tão ornamental». Perante a recusa de Afonso, Maria injuria-o, chamando-lhe «D. Fuas» e «Barbatanas».
Depois do nascimento da filha, recusa-se a amamentá-la, embora a adore e acarinhe em êxtase de idolatria. Relativamente ao marido, detém grande poder sobre ele e usa-o astutamente, como o demonstra o episódio da tentativa de reconciliação. Note-se a este propósito o facto de o narrador omitir o nome da criança, para que não seja explícito antes do momento indicado que Carlos e Maria Eduarda são irmãos. Sobre ela ficamos apenas a saber que se trata de «uma linda bebé, muito gorda, loura e cor-de-rosa, com os belos olhos negros dos Maias».
As soirées de Arroios mostram-nos uma Maria avançada para o seu tempo. Por exemplo, fuma e joga com os homens. Por outro lado, lá estão presentes os traços que a marcam desde o início do romance: o luxo, a ostentação, a mundaneidade, as paixões que desperta e que suscitam os ciúmes do marido, apaziguados com carícias e mimos.
Com efeito, Maria Monforte recebe e vive requintadamente, rodeada de luxo, fausto e ostentação. Esclarece-nos o narrador que «nunca fora tão formosa», que escolhe a túlipa, «opulenta e ardente», para flor que a simbolize - uma flor que sugere a sua sensualidade, que desperta paixões em todos os amigos de Pedro; em suma, uma mulher muito sensual e sedutora.
Preenche o ócio diário lendo novelas românticas, que a influenciam de tal modo que escolhe o nome do segundo filho, entretanto nascido, a partir do nome de uma personagem de uma dessas novelas. Será também o conteúdo dessas novelas que a ajudam a lançar nos braços de Tancredo, a quem dedica, a partir de determinado momento, uma paixão revelada pelos seguintes indícios:
As soirées de Arroios mostram-nos uma Maria avançada para o seu tempo. Por exemplo, fuma e joga com os homens. Por outro lado, lá estão presentes os traços que a marcam desde o início do romance: o luxo, a ostentação, a mundaneidade, as paixões que desperta e que suscitam os ciúmes do marido, apaziguados com carícias e mimos.
Com efeito, Maria Monforte recebe e vive requintadamente, rodeada de luxo, fausto e ostentação. Esclarece-nos o narrador que «nunca fora tão formosa», que escolhe a túlipa, «opulenta e ardente», para flor que a simbolize - uma flor que sugere a sua sensualidade, que desperta paixões em todos os amigos de Pedro; em suma, uma mulher muito sensual e sedutora.
Preenche o ócio diário lendo novelas românticas, que a influenciam de tal modo que escolhe o nome do segundo filho, entretanto nascido, a partir do nome de uma personagem de uma dessas novelas. Será também o conteúdo dessas novelas que a ajudam a lançar nos braços de Tancredo, a quem dedica, a partir de determinado momento, uma paixão revelada pelos seguintes indícios:
- a excitação e noite mal dormida perante a ideia de ter «um príncipe entusiasta, conspirador, condenado à morte, ferido agora, por cima do seu quarto»;
- os ciúmes que sente perante as idas constantes da arlesiana ao quarto de Tancredo;
- a pergunta a Pedro se «era necessária (...) constantemente a sua própria criada no quarto de Sua Alteza!»;
- a sua palidez e a sua cólera quando Pedro lhe responde que Tancredo achava «picante» a arlesiana;
- o choro da arlesiana após uma conversa com Maria;
- os suspiros sem razão (pág. 43).
A partir de determinado momento, Maria muda radicalmente o seu comportamento e a sua postura:
- troca o vestuário luxuoso por um vestuário negro;
- suspende as soirées mundanas por outras singelas onde faz crochet, estuda música clássica e fala de política com sisudez, apenas com alguns íntimos;
- é adepta da Regeneração;
- organiza uma associação de caridade, a Obra Pia dos Cobertores;
- visita os pobres;
- torna-se devota;
- a «deusa» transforma-se em terna Madona e vai adiando para o inverno a visita de reconciliação com Afonso.
No capítulo III, temos notícia da sua presença em Paris sob o nome de Madame de l'Estorade, porque aí viera habitar com Mr. de l'Estorade, «um jogador, um espadachim, que a explorou e depois abandonou. «Pobre, formosa, doida, excessiva», nas palavras do narrador, sobrevive como uma prostituta: «... está com quem lhe paga.». Antes de Paris, tinha vivido na Áustria com Tancredo e com o pai durante três anos. Depois, fora para o Mónaco, onde Tancredo acabou morto em duelo. Entretanto faleceu também o papá Monforte, arruinado pelo luxo da filha, pelas viagens e pelas perdas do napolitano no jogo. Depois destes acontecimentos, deslocara-se para Londres.
Subscrever:
Mensagens
(
Atom
)