Marco Neves, no seu livro História do Português desde o Big Bang (p. 43), dá uma resposta curiosa à pergunta.
Para
tal, recua até ao momento em que se iniciou o processo que originou o
surgimento do ser humano, cerca de 6 000 000 a.C. Assim, um grupo de símios,
talvez à procura de comida na savana africana, ter-se-á dividido em dois, seguindo
cada um rumos diferentes. Com a passagem do tempo, as mutações que ocorrem no
momento da reprodução terão feito com que os dois grupos se tornassem cada vez
mais diferentes. Em determinado momento, em época que desconhecemos, deixaram
de poder reproduzir-se entre si. Deste modo, um dos grupos deu origem a todas
as espécies de seres humanos, enquanto o outro às várias espécies de chimpanzés
e bonobos. O primeiro grupo, nesse período de seis milhões de anos, evolui no
sentido de desenvolver aquilo a que chamamos línguas, passou a
locomover-se em duas patas e abandonou as árvores; já o outro manteve as formas
de comunicação dos símios.
Há
cerca de dois milhões de anos, terá surgido o «Homo erectus», a espécie
que teria traços culturais parecidos com os nossos, que se espalhou desde a
Península Ibérica até à atual Indonésia, que explorou continentes e ilhas tão
distantes da costa que implicavam uma certa organização e condenação coletiva,
ou seja, “Algo que permitiria ensinar e aprender, avisar e dar ordens” (Marco
Neves, in História do Português desde o Big Bang, p. 44), isto é, uma
forma de linguagem. São estes dados que levam alguns autores a defender que foi
o «Homo erectus» que inventou a linguagem.
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