quarta-feira, 27 de setembro de 2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
Autárquicas 2017: os leirienses agradecem, mas poderia ser com vírgula?
Ó Fernando Costa, quando se faz uso do vocativo, deve isolar-se com uma virguleca. Entendeu, Fernando?
Dê uma espreitadela aqui: vocativo.
Autárquicas 2017: muito tempo na roliça, falta tempo para ir À escola
A língua portuguesa é tratada aos pontapés por todo o lado no dia a dia.
Neste caso, verifica-se um dos erros mais comuns: a acentuação errada de "à". Ora, tratando-se da contração da preposição "a" com o determinante artigo definido "a", a palavra recebe um acento GRAVE e não agudo: à. Aliás, o uso do acento grave, hoje, na língua portuguesa, está limitado aos casos de contrações.
Autárquicas 2017: a CEDILHA, esse empeÇilho
As Andreias surgem aqui, neste cartaz, associadas a um erro ao nível do ensino pré-escolar.
É certo que já não vamos a tempo de impedir aquela primeira cedilha marota, mas pode ser que tenha impacto daqui a quatro anos.
A cedilha
utiliza-se debaixo do c antes das vogais a, o ou u para representar o som [s]:
- caça
- terço
- muçulmano
- açúcar
- Açores
- rebuçado
Diacrítico
Diacrítico (do grego “diacritikós”, que significa “capaz de
distinguir”) é o sinal gráfico que se acrescenta a uma letra para (1) alterar o
timbre das vogais, para (2) distinguir a grafia de certas palavras e para (3)
assinalar a sílaba tónica.
Protótipos textuais: texto descritivo
2.1. Definição:
o texto descritivo é todo o texto ou sequência textual em que se atribuem
predicados, qualidades ou características diversos a um referente (humano, não
humano, objetos, espaços). Por outro lado, esse assunto ou objeto pode ser
descrito de forma genérica / global, ou desdobrado e descrito nas suas partes
constituintes.
Podem ser objeto de descrição
pessoas, personagens (os seus traços físicos e psicológicos), espaços (físicos,
psicológicos ou sociais), fenómenos atmosféricos, animais e todo o tipo de
objetos. As sequências textuais descritivas surgem frequentemente articuladas
com sequências textuais de outros tipos. Por exemplo, é frequente surgirem, em
textos narrativos, sequências descritivas que permitem caracterizar uma
personagem ou um espaço social, por forma a motivar o desenrolar da ação.
O texto descritivo pode
concretizar-se de diferentes formas:
. num texto corrido (uma
enciclopédia, por exemplo);
. numa
introdução seguida de uma listagem de itens caracterizadores de algo;
. num texto
narrativo ou num texto científico.
Por outro lado, pode assumir a
forma de um texto curto (por
exemplo, adivinhas, enumerações, tatutologias, definições dos dicionários) ou a
forma de sequências (a forma mais
recorrente). Neste caso, as descrições surgem intercaladas entre outras
sequências (narrativas, argumentativas, expositivas, explicativas, dialogais),
em lugares estratégias, para que possam ser melhor registadas pela memória do
leitor ou ouvinte.
2.2. Características
- a qualificação é feita através de adjetivos com valor qualificativo e predicativo (“a sala de aula é pequena”) e de verbos que veiculam modalização
expressiva (“a sala de aula resplandecia de luz”);
- o uso de recursos expressivos como a comparação, a metáfora, a sinédoque, a
hipérbole, etc.;
- a decomposição do referente descrito nas suas partes
constitutivas: “A escola de Sesimbra [holónimo] tem quatro salas de
aulas [merónimo] e cada sala [holónimo] possui quatro janelas
[merónimo].”);
- o uso do verbo “ser”
para predicar a totalidade do referente (“A Naomi Watts é linda.”) ou do verbo “ter” para predicar uma parte (“A Naomi
Watts tem cabelo louro.”);
- características
linguísticas:
. verbos de
estado para a descrição estática (“ser”, “estar”, “parecer”, etc.) e verbos de
ação para a descrição dinâmica (“correr”, “saltar”, etc.);
.
predomínio do pretérito imperfeito, do presente e do futuro do futuro, que
traduzem a simultaneidade;
. adjetivos
e expressões caracterizadoras e de relacionação;
.
conectores e marcadores discursivos (aditivos – “e”, “de seguida”, “também”,
etc.; enumerativos – “primeiro”, “depois”, “finalmente”, etc.);
. advérbios
e expressões com valor locativo (“aqui”, “na escola”, etc.) e temporal (“há
minutos”, etc.);
.
vocabulário expressivo e figuras de estilo;
.
vocabulário expressivo relativamente ao mundo das sensações.
Bibliografia:
. Domínios, de Zacarias Nascimento et alii;
. Gramática da Língua Portuguesa, de Clara Amorim;
. Itinerário Gramatical, Olívia Figueiredo e Eunice de
Figueiredo;
. Nova Gramática Didática de Português, Santillana.
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Protótipos textuais: texto narrativo
1.1. Definição:
o texto narrativo é um texto ou sequência textual em que se relata um evento, um
facto ou acontecimentos ou uma cadeia dos mesmos.
1.2. Géneros (ou tipos de textos
narrativos):
- romance
- conto
- lenda
- mito
- banda desenhada
- fábula
- parábola
- (auto)biografia
- notícia
- reportagem
- crónica
- relatório
- relatos históricos
- relatos orais
- etc.
1.3. Traços básicos da narração
O texto narrativo possui cinco
características específicas: uma ação
ou ações, localizada(s) no tempo e no espaço, protagonizada(s) por uma pessoa ou personagem, que confere unidade à ação ou atravessa toda a
narrativa, e contada por um narrador,
que pode ser, ou não, uma das personagens.
Por outro lado, os eventos
representados encadeiam-se de forma lógica e orientam-se para um desenlace,
desenvolvendo-se ao longo de três momentos, sobretudo no de texto de índole
literária:
. Situação
inicial: situação de estabilidade, em que se apresentam as personagens,
situadas no tempo e no espaço. Habitualmente, são frequentes as sequências
descritivas neste momento inicial.
. Complicação / problema: é o
conjunto de eventos que geram um conflito, desequilibrando a situação inicial,
e que constituem o núcleo da narração. Frequentemente, há textos narrativos que
alternam situações de equilíbrio e desequilíbrio, correspondendo à ocorrência
de vários episódios ou capítulos de uma obra.
. Resolução: é a solução do conflito
e o regresso a uma situação de equilíbrio.
1.4. Características
. o uso
predominante de verbos de ação;
. o
predomínio do pretérito perfeito do indicativo (também o imperfeito, o
mais-que-perfeito e o futuro marcam presença) ou do presente histórico;
. o uso do
pretérito imperfeito para iniciar a narrativa;
. a
abundância de marcadores e conectores temporais e espaciais (“quando”,
“depois”, “um dia”, etc.);
. o recurso
a advérbios de valor locativo e temporal, conjunções, locuções e expressões
temporais, especiais e causais;
. o uso de
marcadores discursivos explicativos e conclusivos (“assim”, “porque”, “por esse
motivo”, etc.);
. marcas
linguísticas que indicam o ponto de vista:
- deíticos de primeira pessoa (pronomes pessoais,
possessivos e demonstrativos, formas verbais e advérbios) no relato de
enunciação de primeira pessoa;
- referências lexicais e anafóricas no relato de
terceira pessoa.
Bibliografia:
. Domínios, de Zacarias Nascimento et alii;
. Gramática da Língua Portuguesa, de Clara Amorim;
. Itinerário Gramatical, Olívia Figueiredo e Eunice de
Figueiredo;
. Nova Gramática Didática de Português, Santillana.
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