sexta-feira, 29 de abril de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Espaço social de 'Felizmente há luar!'
1. Lisboa:
1.1. Rua:
1.2. Baixa:
1.8. Serra de Santo António: local de onde se avista S. Julião da Barra.
1.9. Campo de Sant'Ana (pp. 131 e 137): local das execuções dos presos.
- é o macro-espaço, o centro e símbolo de Portugal;
- é a capital do reino, onde está instalado o governo e onde se inicia a revolta popular, que só posteriormente se alarga ao resto do país (pp. 55 e 64);
- espaço de contrastes que permite o confronto claro entre o Poder e o povo;
- cidade do descontentamento e das fogueiras (lembrando os autos-de-fé);
- espaço de opressão, delação, injustiça, denúncia, ausência de liberdade, violência...
1.1. Rua:
- de acordo com Brecht, a rua é o espaço propício a revelar o «gesto social», isto é, a revelar o homem nas suas relações sociais, o diálogo constante entre os vários grupos sociais;
- por isso, o cenário não apresenta uma rua específica, definida, mas somente os objectos que indiciam a miséria popular;
- desempenha diferentes funções: por um lado, acentua as vivências do povo explorado e pedinte; por outro, estabelece a ligação para o espaço do poder, das grandes decisões;
- é o espelho do quotidiano do povo oprimido;
- é o palco da vida dos pobres, dos pedintes, dos doentes, dos injustiçados, dos que lutam ingloriamente pela justiça e pela liberdade, em suma, do povo andrajoso, miserável, uma multidão de aleijados e doentes;
- é o símbolo da miséria, da opressão, da injustiça...;
- está associada à impotência popular perante o decurso dos acontecimentos, nomeadamente a prisão de Gomes Freire (início do acto II).
1.2. Baixa:
- sede da Regência (espaço interior);
- em termos de cenário, as didascálias apenas referem as três cadeiras pesadas e ricas e com aparência de tronos (p. 47), que simbolizam as três faces do poder (D. Miguel -> poder civil; Beresford -> poder militar; Principal Sousa -> poder religioso), bem como a opulência e a riqueza dos governadores, em contraste com a miséria do povo;
- a indumentária que envergam traduz a riqueza, o luxo, a ostentação e a vaidade dos poderosos;
- o criado de libré e as suas atitudes / palavras traduzem a sua dependência relativamente ao patrão e a absorção das regras das camadas mais elevadas da sociedade (daí o distanciamento e o desprezo com que ele se dirige a Matilde).
1.3. Rato:
- casa de Gomes Freire e de Matilde;
- a cadeira tosca onde Matilde se senta (o único elemento do cenário referido), contrastante com as três cadeiras dos três governadores, reflecte a falta de recursos económicos do casal e a sua dependência socioeconómica.
1.4. Loja maçónica da Rua de S. Bento e o botequim do Marrare: locais que assumem dimensão política revolucionária.
1.5. Sé: simboliza a miséria popular, pois é o lugar onde o povo pede esmola: "Na Páscoa, à porta da Sé, fiz o bastante para comer durante três dias..." (p. 100).
1.6. Tejo: local onde Manuel faz a "descarga das barcaças".
1.7. S. Julião da Barra (espaço referenciado oito vezes entre as páginas 126 e 129):
- a prisão de Gomes Freire;
- as condições desumanas e indignas em que se encontra preso o General.
1.8. Serra de Santo António: local de onde se avista S. Julião da Barra.
1.9. Campo de Sant'Ana (pp. 131 e 137): local das execuções dos presos.
A articulação entre o espaço físico / geográfico e o espaço social é conseguida através do recurso a objectos-símbolo e através da postura e do comportamento de personagens que identificam os dois grupos sociais em confronto na peça, isto é, o grupo do Poder e o grupo do povo. Este antagonismo fica claro no seguinte quadro:
Quadro adaptado da Colecção Resumos, da Porto Editora. |
Espaço físico
A primeira grande nota que se pode retirar da análise do espaço físico de Felizmente há Luar! é a de que esta categoria dramática não assume relevo na peça, visto que a atenção do dramaturgo está concentrada, essencialmente, no espaço social, este sim dotado de grande significado e importância. De facto, por influência de Brecht e do teatro medieval, as escassas referências ao espaço físico justificam-se pela noção que se pretende transmitir, segundo a qual a acção pode decorrer em qualquer lugar e «sempre que o 'ontem' impossibilite o despertar do 'amanhã'». Não obstante, constata-se que a acção da peça se dispersa por vários locais - interiores e exteriores -, embora todos estejam interligados pela(s) referência(s) ao general Gomes Freire de Andrade, sendo que o espaço dominante é o da cidade de Lisboa.
Assim, no primeiro acto, são referidos diversos espaços: as ruas de Lisboa (pp. 17-18), onde se encontram os populares; o local onde D. Miguel recebe o delator Vicente; o palácio dos governadores do Reino, situado no Rossio; a casa de Gomes Freire, para os lados do Rato; e os espaços frequentados pelos revolucionários / conspiradores: um café no Cais do Sodré, o botequim do Marrare e uma loja maçónica, situada na rua de S. Bento.
No acto II, os espaços referenciados são bastantes mais: as ruas de Lisboa, onde os populares comentam a prisão recente de Gomes Freire; a casa de Matilde de Melo; o local onde Beresford a recebe; à porta da casa de D. Miguel Forjaz, onde o criado de libré a informa que o governador a não vai receber; o local (provavelmente sagrado) onde Matilde dialoga com Principal Sousa; o alto da Serra de Santo António, onde Matilde e Sousa Falcão observam as fogueiras que queimam os revolucionários; a masmorra de S. Julião da Barra, local onde se encontra o general; o Campo de Santana, para onde são transportados os presos; a aldeia onde nasceu Matilde, em Seia; Paris, onde o casal viveu; os campos da Europa, onde o general combateu; e a porta da Sé, onde os populares mendigavam.
Pelo atrás exposto, não é difícil concluir que o espaço é muito pobre em recursos cénicos, o que faz com que, por isso, ganhe grande valor simbólico, reforçando assim o carácter épico da peça.
Por outro lado, a mudança de espaço físico é sugerida por outras técnicas que não as «tradicionais», nomeadamente pelo recurso aos jogos de luz / sombra, que possibilitam a criação de um ambiente quer de desalento, quer de sonho, e pelo recurso a alguns objectos: um caixote, uma saca, uma cruz, três cadeiras opulentas, uma cadeira tosca e uma velha cómoda.
Por último, note-se que Lisboa é um espaço de contrastes que permite o confronto entre o poder e o povo, assumindo, deste modo, um valor preferencial de espaço social pelas dicotomias que contém.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Exame 2007 (1.ª fase)
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Biografia de Camões (correcção)
terça-feira, 26 de abril de 2011
"All out of Love", Air Supply
"All out of Love", Air Supply (1980)
segunda-feira, 25 de abril de 2011
25 de Abril, dia da Liberdade?
João Bernardo"A liberdade de expressão define-se hoje como o direito de comprar o jornal e de ligar a televisão. Curioso uso das palavras, porque este não é o direito de nos exprimirmos, mas de lermos ou vermos o que outros exprimem. Os jornalistas debitam as suas sentenças, entrevistam, seleccionam e cortam as declarações dos entrevistados, e de vez em quando alguns figurões são convidados para espaços de «opinião...".
25 de Abril e mentiras - «Gavetas», Pedro Mexia
Não deves abrir as gavetas fechadas
por alguma razão as trancaram,
e teres descoberto agora a chave
é um acaso que podes ignorar.
Dentro das gavetas sabes o que encontras:
mentiras. Muitas mentiras de papel,
fotografias, objectos.
Dentro das gavetas está a imperfeição
do mundo, a inalterável imperfeição,
a mágoa com que repetidamente te desiludes.
As gavetas foram sendo preenchidas
por gente tão fraca como tu
e foram fechadas por alguém mais sábio do que tu.
Há um mês ou um século, não importa.
Pedro Mexia, Menos por Menos
por alguma razão as trancaram,
e teres descoberto agora a chave
é um acaso que podes ignorar.
Dentro das gavetas sabes o que encontras:
mentiras. Muitas mentiras de papel,
fotografias, objectos.
Dentro das gavetas está a imperfeição
do mundo, a inalterável imperfeição,
a mágoa com que repetidamente te desiludes.
As gavetas foram sendo preenchidas
por gente tão fraca como tu
e foram fechadas por alguém mais sábio do que tu.
Há um mês ou um século, não importa.
Pedro Mexia, Menos por Menos
sábado, 23 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Ah, boa literatura!
Sedução na Noite, Sherrilyn Kenyon |
PERGUNTAS DE INTERPRETAÇÃO:
1. Quantas vezes gemeu Tabitha?
3. Qual o nome técnico da posição sexual de Valério e Tabitha?
4. Quem é que não conseguia pensar?
5. Que casal usa a estúpida expressão “ter relações” no meio de um diálogo?
6. O que estava a arder?
7. Que fenómenos se passam no fundo da garganta?
Roubado à Livreira Anarquista
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