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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "Heidi"


    Heidi é o título de um livro escrito pela autora suíça Johanna Spyri em 1880, que se refere à sua protagonista, uma menina órfã de cinco anos que vai morar com a tia. No entanto, como esta recebe uma proposta de trabalho noutro local e não a pode levar consigo, entrega-a ao cuidado do avô paterno, um homem frio e carrancudo que cria cabras nos Alpes.
    Em 1974, o animador japonês Isao Takahata baseia-se na obra de Spyri e cria uma série animada que estreou em Portugal em 1976, alcançando um enorme sucesso.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Recensão crítica


 
A. Definição

 
    A recensão crítica é um texto jornalístico de apreciação / apresentação (recensear) crítica (avaliar) de um livro, publicado em revistas ou jornais, podendo referir-se à obra integral ou apenas a partes da mesma e concentrando-se no seu conteúdo e no contexto em que a obra surge a público.

    Na recensão, enumeram-se os aspetos considerados importantes e exprimem-se comentários pessoais sobre a obra em causa. Assim sendo, possui características do texto expositivo e do texto argumentativo.

 
B. Etimologia
 
    A palavra recensão provém do termo latino recensionem (que significa “enumeração”), que, por sua vez, tem origem em censionem, derivado do verbo censeo (que significa “avaliação”).
    A recensão constitui, portanto, um percorrer (uma enumeração) o texto com o fim de o avaliar.
    Deste modo, a recensão implica uma análise e uma avaliação crítica de um trabalho, geralmente, escrito, ou seja, trata-se de uma apreciação e juízo crítico sobre o valor interno e interesse de uma obra. Assim, regra geral enumeram-se e descrevem-se os aspetos julgados importantes e exprimem-se comentários pessoais sobre a obra, em termos apreciativos ou depreciativos.
    Por sua vez, a palavra crítica vem do grego krínein, que significa “isolar”, “separar”, “destacar o particular”.
    Tal significa que a recensão cruza uma dimensão expositiva e uma dimensão crítica

 
C. Estrutura

 
Título: por vezes, antecipa a opinião do seu autor.

 
Avaliação global: é feita através de um código de estrelas ou bolas.

 
Ficha técnica: inclui o título do objeto cultural, o nome do autor, o tradutor, a editora, local e ano de edição, etc.

 
Corpo do texto:

- Introdução: apresentação, em traços gerais, do objeto a avaliar (ex.: filme – realizador, atores, género, etc.), seguida de um resumo das ideias principais.

- Desenvolvimento: avaliação global do livro – síntese das principais qualidades e defeitos – a seleção de alguns aspetos a apreciar, que se apresentam de forma específica e se avaliam positiva ou negativamente. O autor do texto realça os aspetos positivos, avalia o conteúdo global da obra, a articulação das ideias, a estruturação, a originalidade e refere as falhas.

- Conclusão: avaliação global da qualidade do objeto apresentado.

 
D. Características
. Uso da terceira pessoa.

. Emprego de verbos no presente do indicativo.

. Recurso a palavras e expressões que traduzem opinião.

. Uso de recursos expressivos (metáforas, comparações, interrogações retóricas, enumerações, etc.).

. Apresentação de elementos subjetivos e informação objetiva.

. Emprego de linguagem valorativa positiva ou negativa, apreciativa ou depreciativa (de acordo com a opinião favorável ou desfavorável que se tem em relação ao livro – mas sempre fiel ao assunto), concretizada no:
        » uso de nomes;
        » uso expressivo de adjetivos;
        » uso expressivo de advérbios.

 

Séries de animação do meu tempo: "Ana dos Cabelos Ruivos"


    "Ana dos Cabelos Ruivos" é uma série animada baseada no romance homónimo (Anne of Green Gables), da autoria de Lucy Maud Montgomery, publicado em 1908. A série foi produzida pela Nippon Animation e exibida originalmente no Japão em 1979, tendo chegado a Portugal 11 anos depois.
    Os irmãos Marilla e Mathew (na série Marília e Matias) decidem adotar um menino para os ajudar nos trabalhos da quinta, no entanto é-lhes enviada uma menina ruiva, de 11 anos: Ana, uma pequena órfã muito sonhadora, sensível, corajosa e alegre. Apesar do engano, eles decidem ficar com a pequena Ana Silvestre.

Artigo de opinião


 
1. Definição

 
    Um artigo de opinião é um texto jornalístico que visa a apresentação da posição do seu autor sobre um determinado tema, a qual é fundamentada com várias razões / vários argumentos e respetivos exemplos, desenvolvidos e apoiados em juízos de valor implícitos ou explícitos.

 
2. Objetivo
 
    O objetivo desta tipologia textual passa por levar o leitor a aceitar a posição defendida, bem como por o persuadira pensar da mesma forma.

 
3. Estrutura

 
Título: deve ser sugestivo; muitas vezes, antecipa a opinião do autor.
 
Introdução:
        - apresentação do tema;
        - indicação da posição pessoal que se vai defender.

 
Desenvolvimento: apresentação de argumentos (razões – factos, estudos, citações, ideias – que sustentam a posição pessoal defendida), que podem ser comprovados através de exemplos variados (ideias ou factos que visam enfraquecer posições contrárias às que se defende). O texto pode incluir contra-argumentos que são refutados ou invalidados. É uma estratégia tendente a antecipar e «anular» desde logo as ideias / os argumentos contrários.

 
Conclusão: retoma da posição pessoal e, eventualmente, de um argumento mais forte.

 
4. Características

- Utilização da primeira ou da terceira pessoa.

- Uso predominante do presente do indicativo.

- Recurso a vocabulário que marca a opinião ou o ponto de cista do autor – expressões de opinião (por exemplo: «na minha opinião», «penso», «julgo que», etc.) e de apreciação (por exemplo, «bom», «fantástico», «horrível», «fascinante», etc.).

- Recurso a expressões valorativas (adjetivos, advérbios, etc.).

- Uso de elementos de persuasão (vide).

- Recurso a factos e a estudos (dados objetivos), que podem funcionar como argumento que fundamenta uma opinião (elemento subjetivo).

- Respeito pelo princípio da cooperação.

- Uso opcional de recursos expressivos (metáforas, comparações, interrogações retóricas, exclamações, enumerações, etc.).

- Utilização de conectores e articuladores do discurso:

. para apresentar a opinião: Na minha opinião, Julgo que, Penso que, Não concordo com…;

. para organizar os argumentos: Em primeiro lugar, Em segundo lugar, Em relação a…;

. para exemplificar: Por exemplo, Exemplificando…;

. para reforçar ou contrariar uma causa: Por isso, Como já referi, Por outro lado, Pelo contrário, Na verdade…;

. para concluir: Assim, Para terminar, Por tudo isto, Em conclusão, Em suma…;

. etc.

 

Texto argumentativo

    O texto argumentativo tem como objetivo principal expor um ponto de vista, uma opinião, sobre um determinado tema e convencer os outros a aderir a esse ponto de vista ou opinião.

    Como exemplo de textos argumentativos temos as críticas, os artigos de opinião, as reflexões, os discursos políticos, os textos publicitários, entre outros.

Texto de divulgação científica


         1. Definição

 
    O texto de divulgação científica é um texto expositivo que tem como objetivo a divulgação de descobertas científicas ou de resultados de pesquisas de estudos científicos a um público amplo e não especializado. Este género de texto permite que o conhecimento não fique encerrado nos meios académicos, antes circule e enriqueça a população em geral.

 
2. Estrutura

- Título: indicação do tema – a descoberta, a área de investigação…

- Resumo (opcional): exposição, num breve parágrafo, do essencial do texto.

- Introdução: apresentação breve / resumida da pesquisa, investigação ou descoberta.

- Desenvolvimento: exposição dos resultados, com explicação do processo de descoberta, das aplicações à vida real, das consequências, de outros passos da investigação; referência fontes científicas ou aos responsáveis da pesquisa.

- Conclusão (opcional): síntese das informações expostas / dos aspetos essenciais da pesquisa ou apresentação da conclusão a que se chega.

 
3. Características:

- emprego de linguagem clara, rigorosa e objetiva;

- recurso a vocabulário característico de uma determinada área do conhecimento (termos científicos e técnicos, específicos da área);

- uso de verbos predominantemente no presente do indicativo;

-predomínio da frase declarativa.

 

Análise de "Sobre um Poema", de Herberto Hélder


O Natal do Frankenstein


Gary Larson
 

Texto expositivo


         A.1. Definição
 
    O texto expositivo tem como objetivo principal transmitir informação (explicar, expor) sobre um determinado assunto de forma objetiva e fundamentada.

    Deste modo, podemos dizer que se trata de um texto que responde às questões Como? e Porquê?.

 
        A.2. Características:

- predomínio da frase declarativa – possui um caráter demonstrativo (apresenta exemplos que servem de provas;
- uso de formas verbais na terceira pessoa do presente do indicativo;
- linguagem clara, concisa, objetiva e rigorosa;
- uso de termos técnicos e específicos;
- enunciação na terceira pessoa;
- recurso a verbos como «ser», «haver», «consistir», etc.;
- uso de conectores, nomeadamente aditivos ou de sequência («e», «além disso», «em primeiro lugar») ou de causa-consequência («porque», etc.);
- exige ao autor estudo, pesquisa, preparação.

 
A.3. Exemplos: textos de divulgação científica, artigos técnicos, ensaios, textos explicativos dos manuais escolares, textos das enciclopédias e dicionários.

 
A.4. Estrutura

- Introdução: apresentação / introdução ao tema.

- Desenvolvimento: apresentação de factos, relações de causa e consequência entre os factos, definições, pormenores, comprovando com evidências, exemplos, dados numéricos…

- Conclusão: síntese das principais ideias expostas.

 

Desânimo?

    Contexto: reunião de avaliação.

    Ato: cantoria de notas.

    Disciplina: é relevante?

    Canto d@ DT: aluno fulano de tal - 9.

    Professor da disciplina: Como? Nove? Não, é oito.

    Diretor@ de turma: Fui eu que coloquei 9, para não o desanimar.

Organização, registo e tratamento de informação

 
2.1. Ideias-chave: são as ideias que registam a informação essência para a compreensão do texto.

 
2.2. Tópicos textuais (organização dos tópicos)

    Depois de ler um texto, deve registar-se, ao lado, nas margens, os tópicos com as ideias principais. Após uma segunda leitura, deve organizar-se cronologicamente esses tópicos, dado que, por vezes, o texto não narra os acontecimentos pela ordem temporal.


segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "Urso Misha"


    À semelhança do que sucedeu com Naranjito, a mascote do Mundial de Futebol de 1982 que foi transformada em desenho animado, o urso Misha foi a mascote dos Jogos Olímpios de Moscovo de 1980 e deu origem também a uma série de animação, intitulada "O Pequeno Urso Misha", com a marca do Japão. De facto, o programa foi produzido em 1979 pelas mãos de Shoji Sato e do realizador Yoshimichi Nitta, com o objetivo de promover o evento desportivo.
    A família de Misha chega à aldeia de Himdabear, onde o pai do ursinho, que é escritor, procura a inspiração que não consegue alcançar na cidade onde morava(m). O pequeno urso não tarda a fazer amigos na aldeia, nomeadamente Natasha. Juntos, vivem inúmeras aventuras.

Relações intratextuais

    As relações intratextuais são as relações de sentido que acontecem no interior de um texto. Podem ser de cinco tipos:

 
Semelhança
 
Estabelece-se uma relação de correspondência / proximidade ou analogia entre as partes de um texto.
Ex.: “Grande bicho, aquele Ladino, o pardal! Tão manhoso, em toda a freguesia, só o padre Gonçalo. Do seu tempo, já todos tinham andado.” (Miguel Torga, “Ladino”, in Bichos).

 
Oposição

 
Estabelece-se uma relação de contraste / oposição entre duas partes de um texto (ideias, situações, personagens, ambientes, etc.).
Ex.: “A mãe, coitada, bem o entusiasmava. A ver se o convencia, punha-se a fazer folestrias à volta. E falava na coragem dos irmãos, uns heróis! Bom proveito! Ele é que não queria saber de cantigas.” (Miguel Torga, “Ladino”, in Bichos).

 
Genérico-específico

 
Uma parte do texto apresenta informação genérica / geral e a outra informação específica / particular, relacionada com a primeira.
Ex.: “Mas afinal não caía, nem o ar lhe faltava, nem coisíssima nenhuma. Ia descendo como uma pena, graças aos amortecedores. Mais que fosse! No peito, uma frescura fina, gostosa… Não há dúvida: voar era realmente agradável!” (Miguel Torga, “Ladino”, in Bichos).

 
Parte-todo

 
Uma parte do texto apresenta o todo / o conjunto e a outra, as partes desse todo.
Ex.: “E deliciava-se a descrever as emoções que sentira. Arrepios, palpitações, tonturas, o rabinho tefe-tefe…” (Miguel Torga, “Ladino”, in Bichos).

 
Causa-efeito

 
Uma parte do texto apresenta a causa e a outra o efeito ou consequência.
Ex.: “O Dono da Casa tinha um pedido a fazer ao Bispo. Fora mesmo por isso que o convidara para jantar. E era por isso que, enquanto o esperava, ele meditava e preparava os argumentos da sua razão.” (Sophia de Mello Breyner, “O jantar do Bispo”, in Contos Exemplares).

  

domingo, 13 de agosto de 2023

Estrutura do texto (partes e subpartes) e sentido global


Estrutura do texto: é o modo como as ideias de um texto são organizadas. Assim, é possível delimitar partes (e subpartes) na generalidade dos textos. Embora cada género textual apresente características específicas e não se organizem todos da mesma forma, a grande maioria tem uma estrutura tripartida constituída por introdução, desenvolvimento e conclusão.
A forma do texto, a sua disposição gráfica, deve refletir a organização das ideias (por exemplo, a distribuição do texto por parágrafos.

 
Sentido global do texto: é a mensagem que o texto transmite. É constituído pela síntese das ideias principais.

 

Universo de referência

    Uma determinada palavra pode ser usada em diferentes contextos, isto é, pode pertencer a diferentes universos de referência.

    Demos como exemplo a palavra «coração». Regra geral, usamo-la no contexto (= universo de referência) da Medicina, relacionada com «veias», «artérias» e «circulação». No entanto, pode ser associada também, por exemplo, à Botânica quando nos referimos à parte central de um fruto («melancia», «melão»), ou à Mecânica se aludimos ao núcleo de uma máquina («motor»).


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