. Etimologia
Na antiguidade grega, Mnemosine (Memória) era uma divindade que dava o poder de recuar no tempo e
recordá-lo para transmiti-lo à sociedade – deusa da memória, no fundo.
. Definição
As memórias são escritos em que um autor recorda e narra factos
ligados à sua pessoa ou à sua época.
. Tipos
- memórias de viagem;
- memórias de infância;
- ...
. Características
- Pertence ao género literário narrativo.
- É uma forma de escrita sobre si mesmo.
- Constitui:
. o relato de factos/vivências pessoais e familiares;
. o testemunho dum tempo e dum meio;
. o relato de acontecimentos históricos e políticos.
- A narrativa de memórias tem um fundo histórico-cultural, sujeito à filtragem subjetiva de quem a produz.
- O papel fundamental neste tipo de texto é desempenhado pela memória. Os acontecimentos são passados pelo crivo da lembrança, que por vezes precisa de auxiliares: diários íntimos, cartas, jornais, etc.
- Os factos são relatados num desfasamento temporal: o presente do discurso (da escrita) e o passado da história.
- O discurso está centrado na primeira pessoa, com os verbos preferencialmente no pretérito imperfeito (para presentificar o passado) e no pretérito perfeito.
- As memórias possuem enorme valor documental, pois constituem o testemunho de um tempo, um espaço e um meio. De facto, o narrador descreve todos os acontecimentos e condicionalismos que determinaram a sua infância, sejam de ordem familiar, social, cultural ou política.
- Nas memórias, acumulam-se nomes de personagens ilustres que foram atores da história, ao mesmo tempo que o memorialista é actor da sua história.
- A memória constitui uma recriação seletiva do passado: sendo seletiva, guarda apenas os factos e ocorrências significativos, aqueles que, por motivos diversos, se assumam como mais marcantes.
- Neste tipo de texto, como a designação deixa antever, desempenha papel central a memória, pois é ela, enquanto faculdade que permite conservar recordações, que propicia a lembrança dos acontecimentos passados relatados.
- A exterioridade possui um peso enorme: ainda que alusivo à vida do sujeito da enunciação, o texto centra-se sobretudo na sua relação externa com o meio e as outras pessoas, não registando apenas, como sucede com o diário, a posição do «eu» face ao mundo.
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