Português: Resumo da ação de Hamlet

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Resumo da ação de Hamlet


             O enredo da peça tem início logo após a morte do rei da Dinamarca.
            Numa noite escura de inverno, um fantasma deambula pelas muralhas do castelo de Elsinore, na Dinamarca. Descoberto primeiro por um par de vigias e depois por Horácio, o fantasma parece-se bastante com o recentemente falecido rei Hamlet, cujo irmão, Cláudio, herdou o trono e se casou com a cunhada – a viúva do monarca e mãe do príncipe Hamlet –, a rainha Gertrude.
            Horácio conta ao amigo Hamlet o avistamento do espectro e ambos decidem ir ao seu encontro. O jovem príncipe fala com o fantasma e este diz-lhe que é, efetivamente, o espírito do seu pai e que não consegue descansar em paz, porque foi assassinado por Cláudio, que o envenenou enquanto dormitava. Posteriormente, ordena-lhe que vingue a sua morte, mas poupe a mãe. Ele está condenado durante algum tempo ao Purgatório e a errar pela terra à noite. Com a chegada do amanhecer, desaparece.
            Hamlet questiona-se se o fantasma é real: e se se tratar de um agente do demónio enviado para o tentar? Ele tinha acabado de regressar da Alemanha, onde estudava, após tomar conhecimento da morte do pai. Enlutado, fica desesperado com o segundo casamento apressado da mãe, não compreendendo como superou a dor da perda e da viuvez e se casou com o irmão.
            O príncipe Hamlet procura cumprir a promessa e vingar a morte do pai, mas, por ser contemplativo e pensativo por natureza, hesita e entra num estado de profunda melancolia e até de aparente loucura. Cláudio e Gertrude preocupam-se com o comportamento errático do príncipe e procuram descobrir a causa do mesmo. Assim, encarregam dois amigos de Hamlet, Rosencrantz e Guildenstern, de o vigiar. Entretanto, Laertes, filho de Polónio, conselheiro do rei, busca a bênção do monarca para regressar a França. Cláudio aprova e, de seguida, castiga Hamlet pela forma imprópria como chora a morte do pai, após o que ele e Gertrude negam o seu desejo de retornar à Alemanha, insistindo que permaneça em Elsinore.
            Enquanto se prepara para partir para França, Laertes confronta a sua irmã, Ofélia, sobre o seu relacionamento com Hamlet e adverte-a que não leve a sério a afeição do jovem príncipe. Polónio ouve a conversa e, quando Laertes sai, ordena à filha que evite Hamlet. A ordem deixa a jovem com o coração partido, mas declara obediência ao pai.
            Passado algum tempo, Ofélia conta a Polónio que teve um encontro perturbador com Hamlet, que lhe pareceu confuso. O pai sugere que o príncipe pode estar louco de amor pela sua filha e conta o sucedido ao rei e à rainha, que estão reunidos com Rosencrantz e Guildenstern e com Voltemand e Cornélio, estes últimos os embaixadores que Cláudio enviou à Noruega para dialogar com Fortinbras, o príncipe norueguês, e o convencer a desistir dos planos para atacar a Dinamarca (a tarefa parece ter sido bem sucedida, pois a “Velha Noruega” ordenou que Fortinbras abandonasse  intenção de invadir a Dinamarca; ele obedece e vira a sua atenção para a Polónia).
            Um grupo de atores ambulantes chega a Elsinore, e a sua chegada desperta em Hamlet um plano para testar a culpabilidade do tio. O grupo interpreta uma peça chamada O Assassinato de Gonzago. O jovem príncipe procura os atores e pede-lhes que representem uma versão da peça, à qual ele acrescentou uma cena muito parecida com aquilo que imagina que tenha sido o homicídio do seu pai às mãos de Cláudio. Hamlet chama à peça reformulada A Ratoeira. Se o tio for culpado, certamente reagirá e, assim, denunciar-se-á.
            Entrementes, Cláudio e Polónio escondem-se e espiam um encontro entre Hamlet e Ofélia. Quando esta lhe devolve os presentes que ele lhe oferecera, o príncipe reage de forma descontrolada, muito triste e dececionado. Ofélia fica devastada com esta reação, enquanto Cláudio realiza que Hamlet constitui uma ameaça para si, pelo que decide enviá-lo para Inglaterra, para se livrar da sua presença ameaçadora. Polónio concorda, mas sugere que, antes, façam com que Gertrude fale com o filho após a peça, que será representada naquela noite, enquanto eles os dois escutarão a conversa em segredo.
            Nessa noite, a companhia de teatro apresenta-se na corte de Cláudio. Quando o momento do assassinato é representado, o monarca fica em pânico, levanta-se e sai da sala. Hamlet e Horácio concordam que esta reação prova a sua culpa. Após o término da peça, Cláudio encontra-se com Rosencrantz e Guildenstern e encarrega-os de levarem o príncipe para Inglaterra. Quando eles saem à procura de Hamlet, Cláudio fica só e confessa o crime num solilóquio. Tenta rezar, mas constata que é incapaz de se arrepender, visto que não está disposto a abdicar das relíquias obtidas com o homicídio: o trono e a esposa. Hamlet passa nesse exato momento e vê Cláudio de joelhos. Pensa em matá-lo ali mesmo, todavia decide não o fazer, já que acredita que assiná-lo enquanto ora enviaria a alma do tio para o céu. Hamlet considera que isso não seria uma vingança adequada e decide esperar. Por seu turno, Cláudio, alheio a esta cena, com medo da loucura do sobrinho e temendo pela sua segurança, ordena que seja enviado para Inglaterra imediatamente.
            Hamlet, de seguida, vai ao encontro da mãe nos seus aposentos, enquanto Polónio se esconde atrás de uma tapeçaria. O jovem confronta Gertrude sobre a sua participação na morte do rei Hamlet. No decurso da conversa, Polónio faz barulho e revela a sua presença, mas não a identidade, pois continua escondido. Acreditando que é Cláudio quem está lá escondido, o príncipe saca da sua espada e apunhala o tecido, matando Polónio. Depois sai, arrastando o corpo do morto consigo. Este episódio trágico convence Gertrude de que o seu filho é realmente louco.
            Por causa deste crime, Hamlet é imediatamente enviado para Inglaterra com Rosencrantz e Guildenstern. No entanto, o plano  de Cláudio para o sobrinho é mais sinistro, pois, além do banimento, envia ordens seladas, através dos dois colegas de estudo de Hamlet na Alemanha, ao rei inglês, para que este mate o príncipe. No entanto, este descobre a trama e organiza o enforcamento de Rosencrantz e Guildenstern.
            Ofélia, após a morte do pai e confrontada com o comportamento de Hamlet, enlouquece de dor e afoga-se no rio enquanto entoa tristes canções de amor, lamentando o destino de um amante rejeitado. O filho de Polónio, Laertes, que está em França, regressa à Dinamarca para vingar a morte do pai. Cláudio convence-o de que Hamlet é o culpado do falecimento do pai e da irmã. Entretanto, um mensageiro traz cartas do príncipe para Horácio e para Cláudio, informando-os de que está de regresso à Dinamarca, depois de piratas terem atacado o navio onde seguia a caminho de Inglaterra.
            Cláudio giza um plano para garantir a morte do sobrinho, usando o desejo de vingança de Laertes: um duelo de esgrima entre os dois. Contudo, o filho de Polónio usará uma espada com a lâmina envenenada. Além disso, como plano de backup, Cláudio envenenará um cálice de vinho que dará ao sobrinho para beber, caso este atinja primeiro Laertes. É neste momento que Gertrude traz a notícia da morte de Ofélia.
            Hamlet chega a Elsinore no momento em que o funeral da jovem se está a realizar. Inundado pela dor, ataca Laertes e declara que, na verdade, sempre amou Ofélia. Os dois são separados por outras pessoas que participam no funeral. De regresso ao castelo, diz a Horácio que acredita que se deve estar sempre preparado para morrer, já que a morte pode chegar a qualquer momento. Um cortesão tolo chamado Osric, enviado por Cláudio, diz a Hamlet que o rei apostou nele, príncipe, para vencer um duelo de esgrima contra Laertes. O jovem aceita o desafio.
            A refrega começa. Hamlet golpeia Laertes duas vezes, mas recusa-se a beber da taça oferecida pelo rei. Em vez disso, Gertrude toma um gole do vinho envenenado (sem saber) pela saúde do filho. Laertes reage e fere Hamlet, mas este não morrer do veneno imediatamente. Antes disso, na continuação da luta, Laertes deixa cair a sua espada envenenada, o príncipe pega nela e atinge de novo o adversário, que, assim, é mortalmente ferido pela própria arma. Antes de morrer, Laertes diz a Hamlet que ambos morrerão em breve, pois foram cortados pela lâmina envenenada. O momento é interrompido por Horácio, que chama a atenção para o desmaio da rainha, que morre logo de seguida. Então, Laertes revela a todos os presentes a trama urdida por Cláudio e que este é o responsável pela morte da rainha. Antes de morrer, ele e Hamlet perdoam-se mutuamente.
            Enfurecido, o jovem príncipe apunhala Cláudio com a espada envenenada e força-o a beber o resto do vinho também envenenado. Cláudio morre, e Hamlet tem o mesmo destino logo depois, mas antes pede a Horácio que espalhe a sua história pelo mundo. Neste momento, Fortinbras, que atacou a Polónia com o seu exército no início da peça, entra com embaixadores da Inglaterra, que informam que Rosencrantz e Guildenstern estão mortos. Fortinbras fica chocado com a visão de toda a família real morta no chão e toma o poder do reino. Horácio, atendendo ao último pedido de Hamlet, conta-lhe a sua trágica história. A peça termina com o primeiro ato de Fortinbras como rei da Dinamarca: ordena a realização de um funeral com todas as honras militares para Hamlet.

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