Português: Resumo do capítulo V de Memórias de um Sargento de Milícias

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Resumo do capítulo V de Memórias de um Sargento de Milícias


    Neste capítulo, o narrador ocupa-se da caracterização do Vidigal, que leva Leonardo Pataca preso, expondo-o a uma enorme vergonha na casa da guarda. Vidigal é polícia e juiz ao mesmo tempo.
    Na época em que a ação decorre – início do século XIX no Brasil –, a polícia da cidade ainda não estava organizada, pelo que a figura do Vidigal detinha um poder absoluto, sendo em simultâneo o guarda que perseguia e prendia os criminosos e o juiz que julgava e determinava a pena. Frequentemente, nos casos de que era responsável, não havia testemunhas, nem provas, nem razões, nem processos; tudo se concentrava nele e a sua justiça era infalível. Das sentenças que dava, não havia recurso – fazia o que bem entendia, sem ter de prestar contas a ninguém.
    O Major Vidigal é um homem alto, não muito gordo, com ar de molengão, o olhar sempre baixo, os movimentos lentos e a voz descansa e adocicada. Além disso, é uma pessoa calma, inteligente e muito temida. Juntamente com uma companhia de soldados escolhidos por si, patrulha a cidade de noite, enquanto de dia a tarefa cabe à polícia. Todos o temem, por isso, quando bate à porta da tapera do velho feiticeiro e pede que a abram, os seus ocupantes ficam em pânico e procuram fugir pelos fundos da habitação, porém esta está cercada por todos os lados, pelo que são presos em flagrante, acusados de nigromancia.
    Já dentro da casa, o Vidigal solicita-lhes que prossigam com a cerimónia, pois deseja ver como se faz. Como é impossível resistir-lhe, após uma hesitação inicial, recomeçam o ritual. Após cerca de meia hora, param, porém o major pede que continuem, e a cena repete-se mais algumas vezes, até que, já exaustos, o Vidigal lhes ordena que parem. Depois pede aos granadeiros que toquem, o que faz os soldados pegar nas suas chibatas e o grupo feiticeiro dançar muito mais.
    Segue-se o interrogatório. Vidigal pergunta a todos a sua ocupação, mas nenhum lhe responde. Quando chega a vez de Leonardo Pataca, reconhece-o e, depois de o desgraçado lhe ter explicado a razão de todo aquele espetáculo, o major prontifica-se a curá-lo. Assim, arrasta-o para a casa da guarda no largo da Sé, uma espécie de depósito onde eram guardados aqueles que fossem presos durante a noite até lhes dar um destino.
    Ao amanhecer, já toda a cidade tem conhecimento do acontecido e Leonardo é encarcerado na prisão, o que, de início, deixa tristes os seus conhecidos, mas depois contentes com a situação, visto que, enquanto Pataca estiver preso, serão eles procurados para os negócios. Ou seja, a sua prisão equivale a um concorrente a menos.

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