Visando identificar a representação da infância enquanto um dos lugares da alteridade do paradigma moderno ocidental presente na literatura infantil canônica propagada e perpetuada em âmbito escolar, apresentamos neste artigo uma análise do conto “As aventuras de Pinóquio”, de Carlo Collodi. O levantamento das categorias de análise procedeu-se com fundamento: na definição do “Outro” do Ocidente e nos processos de exclusão desse “Outro”, assim como no anúncio da crise do contrato social e da emergência do fascismo social, delineados por Sousa Santos (2008); nos procedimentos de exclusão presentes nos mecanismos de poder e nos campos de saber modernos, apontados por Foucault (1968, 1987); e nos aspectos históricos relacionados ao surgimento da infância, da escola e da literatura infantil, com base em Zilberman (2003) e Ariès (1981). Buscamos, por meio da nossa análise, respostas para as seguintes questões: de que maneira a educação, a literatura infantil e o conceito moderno de infância perpetuam a exclusão da infância enquanto “Outro” com relação ao saber ocidental? De que modo a teoria social de Sousa Santos e a crítica moderna de Foucault podem nos ajudar a compreender melhor os mecanismos pelos quais são efetivadas as segregações do fascismo social?
sábado, 1 de junho de 2024
Introdução ao estudo de "As Aventuras de Pinóquio"
Fabiano de Oliveira Moraes, A representação da infância em Pinóquio: a propagação
e a perpetuação do discurso hegemônico por meio da literatura infantil e da escola
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