Português

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Texto descritivo


 
1. Definição
 
    A descrição consiste na apresentação pormenorizada de uma pessoa (retrato, se feita por uma terceira pessoa, autorretrato, se feita pelo próprio), animal, ser, espaço, ambiente, paisagem, objeto, sentimento, emoção, etc.
    A descrição surge, normalmente, integrada noutros tipos de texto, como, por exemplo, o texto narrativo e o texto expositivo.

 
2. Estrutura
 
    O texto descritivo é bastante libre, não obstante alguns seguirem a seguinte estrutura:

. Identificação do tópico a desenvolver (pessoa, animal, objeto, paisagem…).

. Apresentação dos traços mais gerais (descrição como um todo).

. Apresentação de aspetos específicos (descrição das partes ou de algumas partes do todo).

 
3. Ordem dos elementos na descrição:
. da visão de conjunto para os pormenores (ou vice-versa);
. do mais próximo para o mais afastado (ou o contrário);
. da esquerda para a direita (ou vice-versa);
. de cima para baixo (ou o contrário).

 
4. Características
. Uso de verbos no pretérito imperfeito ou no presente do indicativo.
. Predomínio de verbos como «ser», «estar», «haver», etc.
. Uso abundante de adjetivos qualificativos e de advérbios ou de outras expressões valorativas / apreciativas.
. Presença de recursos expressivos, como, por exemplo, a metáfora, a comparação, a enumeração.
. Presença das sensações (visuais, auditivas, olfativas, táteis e gustativas).

  

Séries de animação do meu tempo: "Popeye"


    Popeye é uma personagem criada por Elzie Crisler Segar em 1929, ano em que surgiu pela primeira vez num jornal. Popeye é um marinheiro que ganha uma força extraordinária quando come espinafres através do seu cachimbo. Frequentemente, luta com Brutus, o seu inimigo e rival no amor por Olívia Palito.

Texto narrativo


 
1. Definição
 
    No texto narrativo, o narrador relata / narra acontecimentos, isto é, conta uma história, reais ou fictícios, num determinado intervalo de tempo e num determinado espaço.

 
2. Exemplos
 
    São exemplos de textos narrativos o romance, a novela, o conto, a lenda, a fábula, a notícia, a crónica, uma conversa que tenhamos com um amigo e até certos poemas, que podem conter uma estrutura narrativa.

 
3. Elementos fundamentais
 
    O texto de características narrativas pode ser literário ou não literário, estar escrito em prosa ou em verso, sendo os seus elementos fundamentais os seguintes:

Narrador: a entidade fictícia que narra a história.

Ação: os acontecimentos que constituem a história.

Personagens: os agentes, as figuras que vivem os acontecimentos.

Tempo: o(s) momento(s) em que decorre a ação.

Espaço: o(s) lugar(es) onde se desenrola a ação.

 
4. Estrutura
Situação inicial: contextualização da história:
. apresentação da(s) personagem(ens);
. localização no tempo;
. localização no espaço;
. apresentação da ação (frequentemente, os antecedentes da ação).

Complicação / Problema: acontecimento que perturba o equilíbrio, transformando a situação inicial.

Peripécias: conjunto de acontecimentos que resultam do que sucedeu na complicação.

Resolução: acontecimento que vem resolver a história.

Conclusão – Situação final: desfecho da ação – as personagens voltam a viver uma situação de equilíbrio.

 
5. Marcas linguísticas
. Uso do pretérito perfeito do indicativo.
. Utilização de verbos de ação.
. Uso de expressões de tempo e de lugar.

 

O Natal do tio Bert


Tim Whyat

Reportagem


  
1. Definição
 
    A reportagem, tal como a notícia, é um género de texto jornalístico que pode ter características do texto narrativo. O seu objetivo é informar sobre determinado facto ou situação de modo detalhado.
    Para realizar a reportagem, o repórter desloca-se ao local onde os acontecimentos tiveram lugar, recolhendo dados, imagens e testemunhos (através de entrevista) que completarão o seu texto. Além disso, o jornalista pode fazer comentários pessoais e revelar a sua visão dos acontecimentos.

 
2. Estrutura

Título: pode ser antecedido por um antetítulo ou seguido por um subtítulo.

Lead: parágrafo inicial destacado graficamente em que se responde às perguntas Quem? (os agentes), O quê? (os acontecimentos), Onde? (o lugar) e Quando? (o tempo). É uma espécie de resumo do conteúdo do texto em apresentação geral do assunto a desenvolver.

Corpo: desenvolvimento pormenorizado do assunto, através da apresentação de relações de causa-efeito, dados estatísticos, depoimentos das pessoas entrevistadas, etc.

Conclusão: fecho do texto.

Caixa: elemento facultativo que apresenta informação complementar, não essencial para a compreensão do texto.

Subtítulos: orientam a leitura da reportagem.

Fotografias: legendadas ou não, ilustram e complementam a informação.

 
3. Características:
. o título deve ser apelativo;
. o assunto deve ter interesse social;
. o repórter relata aquilo que vê, ouve e sente, incluindo declarações de pessoas, descrições de ambientes, relatos de emoções, etc.;
. usa-se a primeira (declarações ou excertos de entrevistas ou quando o jornalista expressa o seu ponto de vista) ou a terceira pessoa gramatical;
. inclui discurso direto e indireto;
. apresenta marcas de subjetividade (presentes nos comentários pessoais que o repórter pode introduzir, ao contrário do que sucede com a notícia;. a linguagem deve ser clara e simples.

 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "Flash Gordon"


    "Flash Gordon" é uma série de animação de 1979, criada a partir da banda desenhada homónima.
    Flash Gordon, juntamente com Dale Arden, a sua namorada, e Zarkov, entre outros, viaja para o planeta Mongo, para combater o imperador Ming e a sua filha, a princesa Aura, e, assim, salvar a Terra.

Carta de apresentação (exemplo)


 
Joaquina Ascensão Almeida António
Rua Vasco da Gama, n.º 69
3530-125 Mangualde
Tel.: 999999999

Diretor de Recursos Humanos da Bento & Com
Avenida 25 de Abril, n.º 123
1000-002 Lisboa

 
Mangualde, 16 de agosto de 2023

 
Assunto: Resposta ao anúncio com a referência 1234567890

 
Ex.mo Senhor,

 
Em referência ao anúncio 1234567890 do jornal «O Caracol», de 10 de agosto, venho, por este meio, apresentar a minha candidatura ao cargo aí referenciado.
Concluí no passado mês de junho o mestrado em Comunicação Social, na Escola Superior de Coimbra, com 18 (dezoito) valores. Tenho conhecimento de que a vossa empresa lidera o mercado neste ramo de atividade, o que me dá garantias de ser o melhor local para desenvolver as competências que adquiri ao longo da minha formação académica.
Dada a minha formação em Comunicação Social, bem como a experiência profissional adquirida ao longo do estágio realizado na JP & Associados, considero que estou apta a desempenhar a função em causa. Sou fluente em inglês, francês e alemão e possuo boas capacidades de comunicação e de relacionamento interpessoal. Gosto do trabalho em equipa e estou disponível para trabalhar com horários flexíveis.
Gostaria de, numa entrevista pessoal, poder transmitir outras informações que penso serem de mútuo interesse.

OU

Estou à disposição de V. Ex.ª para qualquer esclarecimento que considere necessário.
Agradeço antecipadamente a atenção de V. Ex.ª, subscrevo-me com a mais elevada consideração.

 
Joaquina A. António

 
Anexo: currículo.

 

Carta de apresentação


 
1. Definição
 
    A carta de apresentação é uma carta formal, na qual o remetente se apresenta, de uma forma breve, com o objetivo de se candidatar a um emprego ou a uma atividade, salientando as motivações e as qualidades do candidato. Pode ser a resposta a uma oferta publicada por uma empresa ou constituir simplesmente uma candidatura espontânea.
    Além disso, o remetente poderá informar o destinatário do envio do seu currículo e solicitar a realização de uma entrevista.

 
2. Estrutura
 
Cabeçalho – identificação e contactos do remetente: nome, morada, localidade, código postal, telefone/telemóvel.

Identificação e endereço do destinatário.

Local e data.

Identificação do assunto.

Saudação inicial:
- cumprimenta o destinatário com o grau de formalidade ajustado;
- fórmula de abertura: «Ex.mo Senhor Diretor / Presidente»; «Prezado / Estimado Senhor / Ex.mos Senhores», etc.

Introdução: apresenta o candidato e o cargo ou a atividade a que se candidata.

Corpo da carta (conteúdo): apresenta as qualidades pessoais e / ou a experiência profissional e as motivações do candidato para o desempenho da função a que se candidata.

Conclusão: reforço do interesse na candidatura.

Fecho e fórmula de despedida – saudação final: o candidato despede-se do destinatário com um grau de formalidade ajustado:
- «Atentamente»;
- «Atenciosamente»;
- «Com os melhores cumprimentos»;
- «Com elevada estima e consideração»;
- «Cordialmente»;
- «Subscrevo-me, com a mais elevada consideração»;
- …

Assinatura do remetente.

 
3. Marcas de género
. Linguagem clara, objetiva e formal.
. Predomínio da primeira pessoa do singular.
. Predomínio de verbos no presente do indicativo.
 

Na aula (XLVII): o petróleo é um gás?

     - O petróleo é um gás?

André Aleixo

domingo, 20 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "Ursinho Tao Tao"


    "Ursinho Tao Tao" é uma série animada produzida em 1983, no Japão, que nos conta as aventuras de um urso panda e dos seus amigos, que a cada episódio se deliciam com uma nova história sempre narrada pela mãe panda.

sábado, 19 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "Mighty Mouse"


    Mighty Mouse é uma personagem criada pelo estúdio Terrytoons para a 20th Century Fox. Trata-se de um rato antropomórfico, cuja estreia data de 1942, numa curta-metragem intitulada "The Mouse of Tomorrow". O seu criador foi Isadore Klein, que sugeriu a sua criação enquanto paródia / homenagem à personagem do Super-Homem, tendo começado por traçar alguns esboços de uma mosca como super-herói. No entanto, Paul Terry, o diretor do estúdio, embora tivesse gostado da ideia, aventou a figura de um rato em vez de um inseto.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

A presença do narrador em O Delfim


    O narrador desempenha dois papéis nesta narrativa: personagem e narrador. Além disso, é ainda escritor de profissão e reivindica a autoria do romance.
    Trata-se de um narrador homodiegético, ou seja, é uma personagem secundária que se desloca ali enquanto caçador que veio para a abertura da época de caça e cujos intentos foram malogrados.
    Enquanto personagem, entra em contacto com todas as demais que participam na intriga ou contribuem para o seu conhecimento / desvendamento. Estamos perante uma personagem que é um escritor de profissão, versado em artes e letras, bem como noutros domínios: a política (é um revolucionário – é um «furão», joga ao «olho vivo»); apresenta-se imbuído de um certo espírito científico (a lógica, o afã dos apontamentos, o hábito dos esquemas); conhece a teoria e a crítica literárias; experimenta-se em variadíssimos géneros e subgéneros. Vejamos:
a) é um leitor assíduo de jornais, revistas e muitas obras de autores portugueses e estrangeiros, clássicos e contemporâneos, cristãos e pagãos, eruditos e populares;
b) é um escritor documentalista, preocupado em obter a verdade dos factos e uma expressão isenta, com a frequente ilustração com esquemas facilitadores nas notas de rodapé;
c) é o poeta dos «vaga-lumes», poema visual à moda dadaísta, e autor de prosas poéticas do tipo «fumo»;
d) é o dramaturgo que parece aflorar nalgumas passagens, como, por exemplo, a conversa pitoresca entre o Batedor, o Cauteleiro e o Dono do Café, ou o diálogo que mantém com a estalajadeira no seu quarto, onde não faltam as didascálias;
e) é o copy-writer de algumas páginas do romance: «Visitez la Gafeira…»;
f) é um crítico de literatura que não se poupa à autocrítica;
g) é o orador que faz lembrar o Padre António Vieira;
h) é um etnógrafo, interessado e conhecedor de costumes e tradições, das sentenças e provérbios populares;
i) auto-intitula-se autor do romance.
    Além disso, o narrador é também o contador da história, ou o modo como esta se conta, se revela, e, ao revelar-se, se oculta, e, ao retrair-se, nos atrai, e, ao atrair-nos, nos distrai da revelação essencial. A história do romance é feita apenas das suas versões, que se empilham ao longo do texto.

Simbolismo de Edwin Aldrin

    Aldrin representa tudo o que é exterior à Gafeira, a diferença de mentalidade, o progresso tecnológico e científico do qual a localidade está completamente alheada. Convém ter presente que, quando o ser humano foi à Lua, muitas pessoas não acreditaram (ainda hoje há pessoas, sobretudo de idade mais avançada, que põe o facto em dúvida) naquilo que viram através dos ecrãs de televisão e diziam que era uma ilusão, um truque hollywoodesco.
    No entanto, os astronautas norte-americanos viajaram mesmo e uma bandeira foi hasteada na Lua à maneira do padrão dos Descobrimentos, facto que marca bem a diferença entre Portugal e outros países industrializados.

Simbolismo do retrato de Manolete


    Manolete foi um dos mais célebres matadores de touros de nacionalidade espanhola, tendo sido morto por um touro chamado Islero. O cartaz que anuncia a corrida onde perdeu a vida está exposto no bodegón. Assim sendo, por associação, Monolete é um símbolo de luta e de morte, física e espiritual, sendo esta última ainda mais importante do que a primeira. Além disso, a presença do cartaz no bodegón é uma ilustração do gosto marialva, que cultiva a tourada como espetáculo de coragem e nobreza, associando o Engenheiro aos emblemas rurais. É neste contexto que tem lugar a conversa no bodegón, onde se fala de política, das relações entre homem e mulher, de lutas, de mortes e na qual o Escritor mostra a superioridade socrática do seu discurso (cap. VIII).

Simbolismo dos vaga-lumes


    A personagem-narrador vai dar um passeio noturno, vê o farol das bicicletas dos «camponeses-operários» e faz um poema «poema-galáxia», associando o farol da bicicleta a um vaga-lume, a um pirilampo. Esse poema visual, de inspiração dadaísta, afirma que os vaga-lumes veem sobre a aldeia. Ora, o vaga-lume é como uma estrela que, ainda que produza pouca luz, sempre constitui um obstáculo à escuridão. Note-se que o farol de uma bicicleta pode também simbolizar uma espécie de guia, de sinal, ou seja, é simbólico.
    Observe-se, neste contexto, que o poema tem a forma de uma chave, como se indicasse que a solução para o fim do regime vigente assentava no povo.
    Tudo isto parece ser confirmado pelo Padre Novo, que, quando conta ao Escritor que viu o Engenheiro no posto da Shell, vai acendendo e desligando os faróis do seu carro com um ar distraído, avisando os camponeses-operários que o inimigo foi avistando.
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