Português

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "Conan, o Rapaz do Futuro"


    "Conan, o Rapaz do Futuro" é uma série de desenhos animados de 26 episódios, realizada por Hayao Miyazaki e que chegou a Portugal em 1983, na RTP.
    A história baseia-se na obra The Incredible Tide, da autoria de Alexander Key, e passa-se no ano de 2008, quando a humanidade enfrenta a ameaça da extinção, após as armas magnéticas, muitíssimo mais devastadoras do que as nucleares, terem destruído parte do planeta.
    As tentativas de fuga para o espaço haviam falhado. Passados cerca de 20 anos, numa pequena ilha, nasce um menino chamado Conan, neto de um dos tripulantes da única nave que conseguiu regressar à terra em segurança. Os dois vivem sozinhos na ilha e Conan, aos 11 anos, nunca vira nenhum outro ser humano além do avô. Um dia, encontra uma rapariga desmaiada na praia, chamada Lana, que resgata e leva para casa. A partir daí...

Diálogo argumentativo


    No diálogo argumentativo, dois ou mais intervenientes defendem o seu ponto de vista relativamente a um determinado tema, respeitando o princípio de cortesia.

    Os pontos de vista devem ser defendidos e sustentados de forma concisa, com base em argumentos válidos e exemplos significativos.

    A estrutura do diálogo argumentativo assenta na troca de posição dos participantes, que, alternadamente, vão apresentando os seus argumentos e exemplos, refutando as ideias de que discordam, colocando questões um ao outro e respondendo.

Exposição sobre um tema


    A exposição é um texto de caráter demonstrativo que tem como objetivo divulgar informação sobre um tema, isto é, uma área ou domínio da realidade, de forma concisa, objetiva e fundamentada, com exemplos significativos.

    Um texto expositivo caracteriza-se pelo rigor e pela pertinência dos factos que apresenta, bem como pela clareza dos dados apresentados e pelo recurso a uma linguagem simples e direta.

    Estruturalmente, uma exposição oral deve incluir uma introdução (apresentação do tema), um desenvolvimento (apresentação de dados/informações sobre o tema, comprovação desses dados/dessas ideias, seguindo um encadeamento lógico) e conclusão (resumo das ideias mais importantes).

O debate


    O debate é organizado em torno de um tema, a propósito do qual são apresentados e confrontados vários pontos de vista.
    Tal como sucede com o diálogo argumentativo, as diferentes perspetivas dos intervenientes no debate devem ser defendidas e sustentadas com base em argumentos válidos e consistentes, suportados por exemplos concretos, respeitando o princípio da cortesia.
    Num debate, cada interveniente desempenha um papel específico:

a) o moderador:

- abre o debate;

- organiza as intervenções;

- coloca questões;

- regula o tempo de cada intervenção;

- garante o cumprimento das regras e procedimentos;

- apresenta as conclusões;

- fecha o debate.

b) os participantes: apresentam as diferentes perspetivas sobre o tema / assunto em discussão.

    No que diz respeito à estrutura, o debate compreende os seguintes momentos:

1.º) Abertura (feita pelo moderador).

2.º) Interação dos participantes (regulada e orientada pelo moderador).

3.º) Fecho (feita pelo moderador).

 

Análise do poema "Perfilados de medo", de Alexandre O'Neill


O Natal de família putinesco

Pawel Kuczynski

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "Marco"


    "Marco" é uma série de desenhos animados, constituída por 52 episódios, produzida em 1976 e baseada numa parte do romance Heart, da autoria do escritor Edmondo De Amicio. O primeiro episódio passou na televisão portuguesa, na RTP, em 22 de maio de1977.

    A série relata a jornada dramática de uma criança - Marco - em busca da sua mãe, que o leva da Itália à Argentina, em plena época da depressão de 1881. O pai do protagonista é um médico que vive na cidade de Génova e que cuida de pacientes pobres, o que faz com que a família enfrente dificuldades económicas, as quais obrigam a mãe a emigrar para a Argentina, para trabalhar como empregada doméstica.

    Um dia, as cartas que a progenitora lhe enviava periodicamente deixam de chegar e Marco, o único disponível para tal, parte à sua procura, acompanhado do seu macaco de estimação. Durante a viagem e após inúmeras aventuras, reencontra a mãe, bastante frágil e doente. No final, voltam ambos para Génova, ao encontro do pai e do irmão.

domingo, 6 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "As Fábulas da Floresta Verde"


    As Fábulas da Floresta Verde são uma série de animação japonesa baseada na obra do escritor norte-americano Thornton W. Burgess.
    Composta por 52 episódios, com cerca de 30 minutos de duração cada, passou na RTP em 1985 e contava as aventuras dos animais que habitavam numa densa floresta verde.
    As personagens principais eram Joca e Mara, um casal de marmotas, sempre acompanhados por diversos outros animais (o Gaio Avelar, o tio Rodolfo, Nestor, Zeca, Raposinho, entre tantos outros), que procuravam evitar o encontro com quem os colocasse em perigo, nomeadamente o ser humano, a doninha ou a raposa.

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Séries de animação do meu tempo: "D. Qixote de la Mancha"


    "Don Quixote de la Mancha" é uma série de animação, baseada numa das obras-primas da literatura, da autoria de Miguel de Cervantes.
    O primeiro episódio foi transmitido pela TVE em 1979. No total, a série é constituída por 39 episódios com a duração de cerca de 26 minutos, os quais narram as aventuras e desventuras do fidalgo D. Quixote e do seu fiel escudeiro, Sancho Pança, nomeadamente o enlouquecimento do primeiro devido à leitura compulsiva de romances de cavalaria e à sua queima, a peripécia dos moinhos de vento, o combate com os rebanhos que ele confunde com exércitos rivais, o encontro com Sansón Carrasco, o encantamento de Dulcineia, a batalha com o Cavaleiro de Espelhos, a entrega de uma ilha ao governo de Sancho, o combate com o Cavaleiro da Lua Branca e, por fim, a recuperação da razão de D. Quixote no leito de morte.

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Alunos de professores exigentes aprendem mais


Governo congela valores da Ação Social Escolar


 

Análise do poema "Se eu fosse apenas", de Cecília Meireles


 
Se eu fosse apenas uma rosa,

com que prazer me desfolhava

já que a vida é tão dolorosa

e não sei dizer mais nada!

 
Se eu fosse água ou vento,

com que prazer me desfaria,

como em teu próprio pensamento

vai desfazendo a minha vida!

 
Perdoa-me causar-te a mágoa

desta humana, amarga demora!

– de ser menos breve do que a água,

mais durável que o vento e a rosa…

 
    Como sucede com frequência, o título fornece pistas sobre a mensagem do poema, implicando o «eu», que são confirmadas nas duas estrofes iniciais. De facto, nelas encontramos as possíveis atitudes do sujeito poético caso ele fosse cada um dos elementos que desejaria ser, atitudes essas que seriam tomadas face à visão do mundo do sujeito poético e de que dispõe justamente por não ser rosa, nem vento nem água.
    O «eu» pode sentir “que a vida é tão dolorosa”, e não existem palavras que sejam necessárias para exprimir os seus sentimentos (“e não sei dizer mais nada”), bem como que não se pode permanecer por muito tempo nos pensamentos das outras pessoas (“como em teu próprio pensamento / vais desfazendo a minha vida!”). Note-se, porém, que, na segunda estrofe, entra em cena um interlocutor, o qual é afetado pela mágoa, por causa da ação do «eu» de “ser menos breve do que a água, / mais durável que o vento e a rosa…”.
    O título é constituído por uma forma verbal que se encontra no modo conjuntivo (“fosse”), a qual traduz o desejo do sujeito lírico de ser algo que não é, enquanto que o advérbio «apenas» sugere uma ideia de simplicidade, ao passo que as reticências marcam uma suspensão do raciocínio, que será retomado na primeira estrofe.
    A presença do indefinido «uma» em “uma rosa” significa que o desejo do sujeito poético se refere a qualquer rosa e não a uma específica. Assim sendo, pode concluir-se que o que o leva a desejar ser uma rosa terá a ver com algo inerente a todas essas flores e não a algo característico de uma flor desse tipo. E que «algo» é esse? Todas se desfolham. Note-se que o desfolhar-se constituiria um ato que lhe daria prazer, visto que a vida para ele é dolorosa. O uso do presente do indicativo do verbo «ser» (“é”) permite encarar a afirmação como uma verdade absoluta.
    O outro fator que leva o «eu» a considerar um prazer o ato de se desfolhar, isto é, em «morrer» (note-se que a queda das folhas se relaciona com a ideia de morte), é a incapacidade ou a impossibilidade de expressar por meio das outras uma ideia diferente da “que a vida é dolorosa”: “e não sei dizer mais nada!” (atente-se na força da exclamação com que encerra o verso 4).
    O primeiro verso da segunda estrofe volta a repetir, ainda que parcialmente, o título, mas desta vez com outros elementos da Natureza que não a rosa: a água e o vento. Neste caso, os elementos não são antecedidos de qualquer artigo, o que pode apontar para uma generalização desses elementos.
    O segundo versa dessa estrofe retoma a ideia do prazer em se extinguir, desta vez através do vocábulo «desfaria». A comparação presente no terceiro verso anuncia a presença de um interlocutor que vai esquecendo o sujeito poético pouco a pouco, até porque o pensamento é fugaz, rápido, além de nunca ser estático.
    A terceira estrofe abre com um pedido de perdão do «eu» ao interlocutor por o magoar por causa da sua “humana, amarga demora”. O terceiro verso inicia-se com um traço (–), como se introduzisse uma explicação da afirmação anterior.
    A “amarga demora” que gera mágoa no interlocutor do «eu» é “menos breve do que a água, / mais durável que o vento e a rosa”. Mas o que significa ser menos breve do que a água? Desde logo, este elemento é um dos mais duráveis do planeta, o que tornaria o verso e a comparação ilógicos. Para a sua interpretação, é necessário recorrer ao poeta grego Heraclito (séc. VI a.C.) e à sua máxima de que não nos podemos banhar duas vezes no mesmo rio, visto que, ao entrar nele pela segunda vez, não será a mesma água que estará lá nesse momento. Assim sendo, o sujeito poético refere-se à brevidade que caracteriza a passagem da água e não ao elemento em si. Ser menos breve do que essa mudança é permanecer por mais tempo do que a mudança dessa água que passa, que escoa rapidamente, dura apenas alguns instantes.
    O último verso recupera os elementos naturais vento e rosa, neste caso para enfatizar a demora do «eu» lírico em “se acabar”, dado que este é “mais durável” do que ambos. A partir das comparações estabelecidas – água, vento, rosa –, o sujeito poético procura comprovar que a sua condição humana dura algum tempo. Ou seja, os elementos naturais são convocados para contrastar a brevidade da sua existência com a maior duração da do «eu».
    Em suma, para o sujeito poético a sua condição de ser humano, mais longa do que a vida dos elementos da Natureza referidos, é pouco valiosa; pelo contrário, preferiria uma existência mais efémera, visto que a vida não lhe proporciona alegria e felicidade. Nem mesmo as pessoas mais próximas – atente-se no determinante possessivo «teu» (v. 7), que indicia proximidade entre o «eu» e o «tu» - o têm no pensamento mais do que um breve instante.
    O recurso ao verso «ser» é significativo, pois, ao desejar ser algo, o sujeito lírico aponta para o que é.

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