O Pombo-Correio fazia longas viagens, para levar e distribuir a correspondência pelo parque. Era olhado de forma trocista e como um tolo pelos outros animais, porque a Pomba-Correio o traía com o Papagaio.
No caso
dos pombos, “monógamos por opção”, a ideia da fidelidade a um só parceiro,
apregoada pela Ciência e elogiada na poesia, é desmentida pela relação adúltera
que a pomba mantém com o Reverendo Papagaio, durante as longas viagens do
Pombo-Correio, e da qual nasce o Pombogaio, um pássaro estranho que falava a
língua dos humanos e que, apesar desse aspeto incomum, notado por todos, foi
registado oficialmente como filho do casal de pombos, o que mostra como a
grande preocupação do pombo é cultivar as aparências (de ter uma família unida
e feliz).
Pelo
exposto, o Pombo-Correio representa a ingenuidade e encarna o tipo do marido
enganado, que chega ao ponto de, ao reconhecer oficialmente como seu filho uma
ave que é fruto do adultério da sua esposa com o Reverendo Papagaio, pretende
ignorar a traição da companheira para salvar a aparência de uma família unida e
feliz (culto das aparências).
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