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segunda-feira, 2 de maio de 2022

terça-feira, 26 de abril de 2022

Eleições presidenciais em França


 

Análise da cena 16 da Farsa de Inês Pereira - Monólogo de Inês



● O Moço reentra em cena trazendo uma carta para Inês que lhe foi enviada pelo seu irmão, que também se encontrava no mesmo local onde estava Brás da Mata, em Arzila.
 
Tempo
 
            Por uma fala do Moço, ficamos a saber que já passaram três meses desde que o Escudeiro partiu para África, porém, para Inês, o marido teria partido há menos tempo.
 
● Que informações traz a carta?

▪ O irmão pede a Inês que tenha coragem.

▪ O Escudeiro morreu.

▪ Foi morto por um pastor quando fugia de uma batalha, em Arzila.

 
Simbologia da carta: a missiva representa a liberdade de Inês, a possibilidade de um recomeço.
 
● Como reagem Inês e o Moço à notícia?

        O Moço sente-se triste, enquanto Inês manifesta felicidade, alegria e alívio. Esta antítese realça a oposição de sentimentos provocados pela morte do Escudeiro: a tristeza do Moço (fingida ou verdadeira, por ficar desamparado), a alegria de Inês, por se libertar do casamento que a aprisionava.

 
● Como se explicam estas reações?

        O Moço sempre criticou as atitudes do Escudeiro e denunciou a sua pobreza, decadência e falta de valores. Deste modo, podemos questionar a sinceridade da sua reação e subentender que as suas palavras encerram alguma ironia, ou seja, a pena e a tristeza podem ser fingimento, mas também se pode considerar que a sua tristeza é autêntica, por ficar desamparado.

        Por seu turno, para Inês, acabou-se o casamento (“Desatado é o nó.” – metáfora), acabou-se o cativeiro. Assim sendo, está livre e pode recomeçar a vida.

 
● Inês manda o Moço embora (“Dai-me cá essa chave / e ide buscar vossa vida.”) e expressa toda a sua alegria: “Mas que nova tão suave!”. De seguida, decide não pôr luto e salienta o seu caráter: forte com uma mulher frágil e fraco e cobarde na guerra. Além disso, manifesta-se desiludida, frustrada, revoltada e arrependida de ter casado com um homem arrogante, desrespeitador, fingido, dissimulado e hipócrita. Tudo em Brás da Mata era fingido e falso: começou por se apresentar como um homem bem-falante, cortês e que prometia um casamento feliz a Inês. Depois de casado, mostrou que a primeira impressão era falsa, pois comportou-se e fez o contrário do que tinha prometido. A sua fuga do campo de batalha mostrou que também a sua coragem era falsa.
 
● A cena termina com o desejo de Inês: ela deseja um «muito manso marido», ou seja, alguém que seja calmo, de temperamento fácil, que lhe faça todas as vontades, “pera boa vida gozar”.
 
● O casamento com o Escudeiro serviu-lhe de lição. Ela aprendeu com a experiência: “Não no quero já sabido, / pois tão caro há de custar”.
 
● Pela cena, podemos verificar que o conceito de «liberdade» se alterou ao longo da peça para Inês:
→ inicialmente: sinónimo de casamento com um homem da corte;
→ após o casamento: consciência de que o casamento pode ser sinónimo de cativeiro, subjugação;
após a notícia da morte do Escudeiro: opção por um “muito manso marido” como forma de emancipação / libertação.
 
● Este passo da farsa relembra a cantiga de escárnio e maldizer “Dom Foão, que eu sei que há preço de livão”, dado que, tanto o dito D. Foão como Brás da Mata se revelam fracos e cobardes na guerra – Brás da Mata morre às mãos de um pastor ao fugir da batalha e a figura da cantiga foge para Portugal assim que vê os cavaleiros inimigos.
 
 
● A crítica:
-» a ironia de Inês quando recebe a carta de Arzila:
. “Já ele partiu de Tavila?” (v. 896);
. “Para mim era valente
E matou-o um mouro só!” (vv. 926-927);
-» o cómico de caráter: o contraste entre a aparência e a realidade do carácter do Escudeiro Personagem pobre e covarde, mas dissimulando, na elegância do seu discurso, na variedade das suas prendas – tocar, cantar – e na fanfarronice solene todas as suas fraquezas e misérias), culminando com a notícia da sua morte e da forma como ocorreu, ou seja, morto por um pastor quando fugia da batalha.
 

sábado, 23 de abril de 2022

Nicola Listish

Hamid Soufi


Oleg Gutsol

O divã russo


António


Contexto de O Delfim

             A obra O Delfim procura dar uma imagem de Portugal dos anos 60 do século XX, ou seja, em pleno Estado Novo.

            Por norma, os regimes totalitários surgem e ganham preponderância a seguir a períodos de crise. Foi o que sucedeu em Portugal no início do século passado. O nosso país participou na I Guerra Mundial e, na sequência deste conflito, atravessou uma profunda crise política e económica, marcada pela ascensão e quedas de sucessivos governos, alguns dos quais duraram apenas meses, e pelo disparar da dívida externa. A instabilidade era tão grande (causada não apenas pelos estilhados do conflito bélico, mas também pelo estertor da Monarquia e pela I República) que, no início da década de 30, António de Oliveira Salazar, que já era ministro das Finanças, ascendeu ao posto de primeiro-ministro e centralizou na sua pessoa a direção de diversas pastas ministeriais.

            A política protagonizada por Salazar focou-se essencialmente na contenção das despesas internas, o que evitou ou atenuou a dependência de capitais externos, e na criação de uma moeda forte. Já em 1928 o estadista dizia o seguinte: “Advoguei sempre uma política de administração, tão clara e tão simples como a pode fazer qualquer boa dona de casa – política comezinha e modesta que consiste em se gastar bem o que se possui e não se despender mais do que os próprios recursos.”

            O sucesso desta política valeu-lhe o título de “Salvador da Pátria” e um grande prestígio interno que lhe permitiu fazer passar legislação diversa, como a Constituição de 1933, organizações fascistas, como a Mocidade Portuguesa, bem como o código do Ato Colonial, que estatuía a política para as colónias portuguesas e lhe permitiriam conservar o poder até à sua morte. Este rumo político fez com que Portugal continuasse a ser um país agrícola e pouco industrializado, o que levou José Cardoso Pires a criar um neologismo metafórico: camponeses-operários.

            Estes princípios tinham como finalidade a proteção do Estado, cujo lema era “Tudo pela Nação, nada contra a Nação”, no entanto, na realidade, em vez de visarem o bem geral da população, apenas protegiam a classe dominante que gravitava em torno do governo. Em contrapartida, o Estado Novo reprimia todo aquele que fizesse ondas e criticasse a situação, estabelecendo medidas como a proibição da existência de partidos políticos, a censura de ideias, a proibição da livre associação de pessoas, a abolição do direito à greve e por aí fora.

            O clima de repressão era legitimado pelas leis promulgadas pelo governo e sustentado pela polícia política – a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), futura DGS (Direção-Geral de Segurança), que, anteriormente, já tinha tido outras designações e se foi aperfeiçoando ao longo do tempo.

            A PIDE exercia a sua ação de forma implacável e causando o terror entre a população, perseguindo, prendendo pessoas sem justa causa, torturando-as e mantendo-as em seu poder pelo tempo que entendesse, sem culpa formada e sem qualquer julgamento. Por outro lado, possuía uma rede de informadores que fazia com que as pessoas receassem expressar qualquer opinião contrária ou crítica do governo, instigava os filhos a denunciarem os pais, as mulheres os maridos, massacrava e torturava os seus presos em verdadeiros campos de concentração, como o Tarrafal, ou em prisões, como a de Peniche, de onde fugiu Álvaro Cunhal, o célebre dirigente do PCP.

            Outro mecanismo central da política do Estado Novo era a censura, que controlava a rádio, a televisão, os jornais e diversas outras publicações, e apenas permitia que fosse publicado aquilo que interessa ao governo. José Cardoso Pires foi uma das muitas pessoas perseguidas pelo governo salazarista. Convém notar que, no que diz respeito à publicação de livros, não existia censura prévia, sendo aqueles censurados somente depois de estarem impressos, o que fazia com que alguns escritores e editores tivessem de praticar a pior forma de censura possível – a autocensura –, visto que, se a obra fosse recusada pelo sistema, para além da perseguição política, haveria prejuízo económico para o editor, que corria o risco de ver o seu negócio ser encerrado pela PIDE.

            Curiosamente, O Delfim não foi censurado. Porquê? É possível que tal se tenha ficado a dever à chamada “primavera marcelista”, um período caracterizado por alguma abertura política; no entanto, segundo o próprio Cardoso Pires a razão prender-se-ia com o «iletrismo» dos censores. Na verdade, grande parte dos censores sabia ler e escrever, mas muitos eram analfabetos funcionais, isto é, liam, porém não sabiam interpretar aquilo que liam ou então possuíam um fraco nível cultural. Assim sendo, textos que, por exemplo, aludissem aos tiranos da Grécia antiga podiam ser censurados apenas por conterem as palavras «tiranos» ou «democracia». No caso de censores de obras literárias, muitos fiavam-se na autocensura dos escritores e editores, pelo que, por inércia, ou por terem muito trabalho (leia-se muito que censurar), não liam os livros na totalidade.

            Curiosamente, a entrada de Portugal na NATO, organização de que foi fundador, em 1949, parece ter contribuído para que o país passasse, lá fora, uma imagem de país democrático. Em alternativa, poderá ter sucedido que o mundo fechou, pela razão exposta, os olhos à situação que por cá se vivia durante muito tempo. A NATO, a que pertenciam unicamente países de regime democrático, concedeu-nos algum prestígio internacional, graças apenas a acordos de conveniência estabelecidos com aquela e que se ficaram a dever, sobretudo, à extrema importância estratégica do Portugal continental e ilhas, isto é, as demais nações ocidentais viam no nosso país um travão a qualquer tentativa de avanço comunista. Além disso, há que considerar também a grande importância económica de colónias como Angola e Moçambique, nas quais as grandes potências mundiais detinham muitos interesses económicos.

            Por outro lado, Portugal apresentou a sua candidatura a membro de pleno direito da ONU (a que não pertencia por se ter declarado neutral na Segunda Guerra Mundial) em 1946, mas foi recusada, situação que se iria repetir até 1955, ano da adesão efetiva. Apesar de ter apresentado a sua candidatura com base num convite de três membros permanentes do Conselho de Segurança (França, Estados Unidos e Reino Unido), o nosso país foi confrontado com o veto da União Soviética. Embora a adesão constituísse uma grande vitória da diplomacia externa portuguesa, o próprio Salazar tinha objeções à mesma. Um dos efeitos positivos da entrada na ONU foi a realização de eleições, que, no entanto, foram uma farsa. Além disso, só nos finais dos anos 60 as mulheres obtiveram o direito ao voto e os votos dos homens nas eleições anteriores foram completamento falseados pelo regime salazarista, que fez com que os seus partidários votassem várias vezes, ou até que se atribuíssem votos a pessoas já falecidas.

            Deste modo, podemos concluir que o Portugal retratado em O Delfim era um país amordaçado, sem liberdade de qualquer tipo, atrasado e governado por um regime autoritário e opressivo. No entanto, não lhe foi possível abafar tudo nem conter algumas vozes que ousaram traduzir o descontentamento geral da população e afirmar a insustentabilidade da política nacional. Por outro lado, convém não esquecer que existiam partidos a operar na clandestinidade, como o PCP, e inúmeros opositores ao regime, que aumentaram em número e de tom após a eclosão da guerra colonial em 1961. A partir desse momento, várias pessoas fugiram de Portugal para escapar ao recrutamento para a guerra e/ou para não serem perseguidas e presas pela PIDE.
 

Análise de O Delfim

 I. Biografia de José Cardoso Pires


II. Bibliografia de José Cardoso Pires


III. Prémios e distinções de José Cardoso Pires


IV. Contexto de O Delfim


V. Título


VI. Ação e intriga


VII. O espaço


VIII. O tempo

            1. Tempo da história

            2. Tempo histórico

            3. Tempo psicológico

            4. Símbolos do tempo


IX. Personagens

            1. Conceção / Composição

            2. Caracterização / Retrato

                    2.1. Delfim

                    2.2. Maria das Mercês

                    2.3. Domingos

                    2.4. Triângulo amoroso

                    2.5. Narrador / Personagem / Escritor-furão

                    2.6. Hospedeira

                    2.7. Regedor

                    2.8. Cauteleiro e Batedor

                    2.9. Padre Novo


X. Simbolismo e metáfora

            1. O fumo

            2. O furão

            3. Os cães

            4. Os vaga-lumes

            5. O retrato de Manolete

            6. Edwin Aldrin


XI. Narrador

            1. Presença

            2. Ciência

            3. Autorreflexividade


XII. Narratário


XIII. Linguagem

        1. Registos de língua

        2. Léxico


XIV. A literatura oral

        1. A linguagem popular

        2. Provérbios e outras expressões populares


XV. A verosimilhança


XVI. A intertextualidade


Bibliografia

. CORDEIRO, Herlander, et al. O Delfim de José Cardoso Pires – Propostas para uma leitura orientada. Porto Editora, Porto, s/d.

. CRUZ, Liberto, José Cardoso Pires, Análise Crítica e Seleção de Textos. Editora Arcádia, Lisboa, 1972.

. LEPECKI, Maria Lúcia, José Cardoso Pires. 1.ª ed., Col. Margens do Texto. Moraes Editora, Lisboa, 1977.

. CERDEIRA, Teresa Cristina, José Cardoso Pires: uma vírgula na paisagem. Roma, Bulzoni Editora, 2003.

. SANTANA, Rafael, De fornicadores fornicados: uma leitura de O Delfim de José Cardoso Pires.

 

Análise da Ilíada



III. Contexto
     
     1. A guerra de Troia.






VI. Ação

     1. Resumo da Ilíada.

     2. Estrutura.

     3. Título.

     4. Livros / Cantos:
          . Canto I:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto II:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto III:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto IV:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto V:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto VI:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto VII:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto VIII:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto IX:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto X:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XI:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XII:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XIII:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XIV:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XV:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XVI:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XVII:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XVIII:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XIX:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XX:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XXI:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XXII:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XXIII:
               . Resumo.
               . Análise.
          . Canto XXIV:
               . Resumo.
               . Análise.

VII. Personagens

     a) Aquiles

     b) Heitor

     c) Agamémnon

     d) Ulisses

Operação especial Páscoa


Kamensky

terça-feira, 19 de abril de 2022

Análise da cena 15 da Farsa de Inês Pereira - Monólogo de Inês

 
● Inês fica fechada em casa a lavrar e a cantar, lamentando a sua sorte. A cantiga que entoa (“Quem bem tem e mal escolhe / por mal que lhe venha nam s’anoje”) demonstra que a jovem que tem todas as condições para viver feliz e faz uma má escolha não pode queixar-se do mal que lhe acontece.
 
● Em que se baseia esta mágoa de Inês? Desiludida e desencantada, compreende que teve a oportunidade de casar com um homem de bem, Pero Marques, mas iludiu-se e rejeitou-o, não lhe restando outra alternativa que não resignar-se com a situação.
  De facto, ela acreditava que os fidalgos fossem homens gentis, simpáticos e cavalheiros com as suas mulheres, apesar de corajosos, audazes, destemidos e impiedosos na guerra, no entanto compreende que o facto de um homem ser nobre não significa que seja respeitador e educado, por isso renega o modelo de marido imaginado até então. Ela queria casar com um cavaleiro culto e de boas maneiras, mas Brás da Mata revela-se exatamente o oposto do que ela sonhara.
 
● Lembrando-se do seu marido, que a maltrata, Inês alude a um ditado popular que diz que quem procede como aquele procedeu é um homem covarde, o que reforça a sua convicção.
 
● Assim, Inês jura que, se ficar solteira de novo, como ela deseja, só se casará com um marido dócil, que lhe faça todas as vontades, que ela possa dominar e lhe permita fazer na vida o que bem entender. Deste modo, vingar-se-ia da situação que vive no presente (“Deste mal e deste dano”). Esta caracterização encaixa perfeitamente em Pero Marques, pois a sua simplicidade, a dedicação, a promessa de esperar pela decisão de Inês, apesar do desdém com que foi tratado, indiciam que ele será um marido humilde e submisso.
 
 
Estado de espírito de Inês
 
            Inês mostra-se desiludida e revoltada com a sua situação e constata que foi precipitada e imprudente aquando da escolha do marido. Além disso, arrepende-se de não ter optado por um pretendente mais dócil e promete vingar-se do seu destino.
 

 

Inês

Casamento com o Escudeiro

 

 

Antes

(Monólogo dos vv. 1-36)

Depois

(Monólogo dos vv. 834-862)

Estado de espírito e suas causas

aborrecida e irritada

dececionada e triste

Desejo manifestado

libertar-se da influência da Mãe através do casamento

ficar novamente solteira para poder escolher um marido diferente

Modelo de marido

um homem discreto, não necessariamente bonito ou rico e meigo

um homem honesto, pacífico, que a deixe fazer o que ela quiser

 
 
Paralelismo da situação atual com a do início da peça
 
            A situação que Inês vive atualmente é muito idêntica ao início da peça, com Inês enclausurada em casa, amargurada com a sua situação. A Mãe, tal como Brás da Mata, dá-lhe ordens e trata-a com descortesia (“Como queres tu casar / com fama de preguiçosa?”).
 

Inês solteira

=

Inês casada

Local onde está

Casa da Mãe, fechada

 

Local onde está

Sua casa (que lhe foi dada pela mãe, aquando do casamento), fechada.

Atividades a que se dedica

Bordado e canto

 

Atividades a que se dedica

Bordado e canto

Estado de espírito

Insatisfeita com a vida, lamentando a sua sorte

 

Estado de espírito

Insatisfeita com a vida, lamenta-se da sua sorte

Conteúdo do monólogo

Renega o que está a fazer, queixa-se de estar fechada e deseja sair do seu «cativeiro» casando

 

Conteúdo do monólogo

Renega o que está a fazer, queixa-se de estar fechada e espera sair do seu «cativeiro» depois da casada, arrependendo-se da decisão que tomou

 

Visão que tem do futuro marido

Homem “avisado”, de boas maneiras, tocador de viola e versejador, que lhe proporcione uma vida com diversão

 

Visão que tem do marido

Homem insensível e tirano, que quer mantê-la presa, não permitindo que saia de casa ou chegue à janela

 
 
Composição da personagem Inês Pereira
 
            Inês é uma personagem modelada, dado que evolui ao longo da peça. Assim, no início, mostra-se infeliz e aborrecida com a sua vida. Quando se casa, vive um momento fugaz de felicidade e alegria, retoma o estado de espírito do início do auto, lamentando a sua situação, reconhecendo que errou e arrependendo-se de ter casado com o Escudeiro.
 
 
● De notar, a nível estilístico, a anáfora dos versos 869 e 870 e a ironia na fala de Inês, fechada, tecendo considerandos sobre a sua situação e sobre o comportamento do marido. Por outro lado, está presente a metonímia: a referência a «cavalarias» e a «mouros» remete para os comportamentos e as virtudes que deveriam caracterizar um nobre – o ideal de cavalaria e a coragem na guerra contra os infiéis.

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